Pedreiros, carpinteiros, serventes, engenheiros e outros trabalhadores da construção civil vão ter uma nova ferramenta nos mais de 2 mil canteiros de obra de Belo Horizonte. Uma revista em quadrinhos, com linguagem simples e popular, será lançada nesta quarta-feira para ajudar na conscientização dos funcionários do setor no enfrentamento aos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Intitulada O caso da rua que não tinha dengue, a peça foi escrita e ilustrada por Celton – pseudônimo adotado por Lacarmélio Araújo, artista conhecido nas ruas da capital por vender suas próprias revistas. A produção do material é fruto de uma parceria firmada desde 2009 entre o setor da construção civil e a Secretaria Municipal de Saúde. Os 15 mil exemplares serão distribuídos durante palestras e vistorias preventivas. O lançamento ocorrerá em uma obra no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul da capital.
A ideia de criar a revista, de acordo com o superintendente do Serviço Social da Indústria da Construção Civil (Seconci-MG), Ivon Godoy, surgiu da necessidade de ter um material lúdico, mas informativo, que pudesse circular entre os funcionários das obras e também ser levado para casa e compartilhado com a família. “Já produzimos outras peças, mas queríamos algo ainda mais atrativo”, contou. Há 1.200 empresas da construção civil conveniadas ao Seconci-MG, com 60 mil trabalhadores de Belo Horizonte, Contagem, Nova Lima e Betim. Segundo Godoy, mesmo as não associadas podem solicitar a visita da equipe de mobilização e a entrega das revistas.
Em programas especiais, desde 2009, houve visitas a 1.742 obras na Grande BH, envolvendo 54.151 trabalhadores, além de 506 palestras acompanhadas por 11.743 deles.
Popular
Em uma narrativa que trata do cotidiano, o autor conta a história de dois colegas de trabalho que têm visões diferentes sobre o combate à dengue. “Para um, a responsabilidade sobre a doença se resume ao poder público. Em visita à casa do amigo, onde toda a vizinhança está mobilizada na ‘caça’ aos focos do mosquito da dengue, ele se convence de que toda a sociedade deve estar empenhada para evitar a doença”, explica Celton. O autor conta que ao criar a revista usou uma linguagem que se aproximasse de todos os setores da população. “O roteiro ficou por minha conta. Coloquei pessoas simples e escrevi de forma muito popular. Com toda a experiência que tenho de vender na rua, percebo que é isso que funciona para prender atenção do leitor”, afirmou.