Dois ônibus são incendiados na região em protesto contra o crime e moradores denunciam suposto tiroteio como farsa. Policiais militares usam até helicóptero na caça aos supostos agressores dos PMs.
Domingo, dia 20
Com dezenas de viaturas, militares ocupam, desde cedo, ruas e becos das seis vilas do aglomerado, para evitar novos atentados a ônibus.
Em clima de revolta e protesto, centenas de moradores do aglomerado participam, no Cemitério da Saudade, de velório e enterro dos vizinhos assassinados. Lideranças denunciam desmandos de militares no morro.
Depois dos funerais, aglomerado se transforma numa praça de guerra: moradores são proibidos de fazer concentração, reagem a pedradas e PMs usam balas de borracha e bombas de efeito moral para reprimir manifestação. Pelo menos quatro pessoas, uma delas criança, ficam feridas.
Um micro-ônibus e dois carros são queimados nas vilas.
Segunda-feira, dia 21
Moradores denunciam envolvimento de PMs em cobrança de propina de traficantes e em outros homicídios.
PM afasta os quatro militares envolvidos no assassinato.
Testemunha confirma que não houve tiroteio.
Fonte da polícia garante que versão de PMs é fantasiosa.
Governador Antonio Anastasia determina rigor na apuração e Secretaria de Defesa Social confirma versão de PMs.
Corregedoria da PM e Delegacia de Homicídios instauram inquérito para apurar crimes.
Moradores fazem passeata até a Assembleia Legislativa.
Parentes das vítimas participam de culto e pedem paz.
Leia Mais
Policiais envolvidos nas mortes do Aglomerado da Serra são presosFuzis e pistolas usados pelo Rotam na incursão no Aglomerado da Serra passam por períciaOAB cria comissão para acompanhar investigações sobre crime no aglomeradoTiro em colete de soldado do Rotam gera polêmicaMilitares suspeitos de mortes no Serra não devem prestar depoimento nesta sexta-feiraAdvogado de militar morto diz que cliente estava "tranquilo" na noite de quintaMilitar suspeito de envolvimento em assassinatos no Serra morre na cadeiaCorregedoria amplia apuração de mortes no Aglomerado da SerraSecretário promete rigor em investigações e descarta existência de milícias no SerraTestemunhas ainda contestam versão de policiais sobre mortes no Aglomerado da SerraPara fugir de ameaças, famílias começam a deixar seus barracos com medo.
Comissão de Direitos Humanos da Assembleia ouve moradores no aglomerado e pede o fim do Rotam.
Estado pede Ministério Público para acompanhar apuração e reconhece falhas na atuação no aglomerado.
Parentes e vizinhos das vítimas começam a ser ouvidas pela Delegacia de Homicídios.
Apesar de escolas fechadas e falta de ônibus, vida começa a voltar ao normal nas seis vilas de 50 mil habitantes.