O casarão que durante 42 anos esteve de portas abertas para a boemia nos fins de noite agora é patrimônio da capital. Localizado na Praça Duque de Caxias, na esquina das ruas Mármore e Adamina, no Bairro Santa Tereza, na Região Leste, o imóvel, composto por três moradias, que abriga o Restaurante do Bolão, foi tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte. Em dezembro, antigas proprietárias pediram o espaço de volta, para colocá-lo à venda por R$ 3,5 milhões, o que obrigou a família Rocha, que comanda o estabelecimento, a fazer mudança. A Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura providenciou, então, um dossiê sobre o casarão, pedindo a sua preservação. Ontem, o tombamento foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM).
Apesar de a decisão trazer alívio para moradores do bairro, que temiam a construção de um prédio no local, ela não preocupa as antigas donas. Segundo o advogado das proprietárias do imóvel, Ivan Andrade, o casarão já foi vendido ao preço pedido, e o tombamento não afeta em nada os rumos que serão dados ao patrimônio. O destino do restaurante ainda é mistério. O advogado não revela o nome dos compradores das três casas nem sua destinação. De acordo com a publicação do DOM, a edificação, ao ser tombada, não poderá ser destruída ou mutilada. Somente com autorização do conselho, o local pode ser reformado, pintado ou restaurado.
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Sílvio Rocha, irmão do Bolão, e um dos que comandam o bar, conta que a reforma de outro imóvel para o restaurante ainda vai demorar. O novo espaço está a poucos metros do atual endereço, ainda na Praça Duque de Caxias. No local já funcionaram uma floricultura, outro restaurante e uma cafeteria. O imóvel foi comprado pela família Rocha, que comanda o Bolão, por R$ R$ 740 mil, mas é bem menor que o espaço de 1,2 mil metros quadrados do casarão. “Mas o Bolão II, que funciona na Rua Mármore, a dois quarteirões da praça, foi reformado e, em breve, antes mesmo do carnaval, vai abrir as portas”, revela Silvio.