O depoimento de ontem seria o terceiro deles na Corregedoria da PM. “Somente a polícia técnica vai dizer se houve realmente suicídio. Conversei com o cabo até por volta das 19h (de quinta-feira) e ele estava tranquilo, conformado, confiante no trabalho da defesa para provar sua inocência”, acrescentou Ricardo. Segundo ele, o cabo não negava ter matado os dois moradores, pois era um fato comprovado. “Houve uma troca de tiros, em tese, e as pessoas vieram a morrer. Agora, o que está sendo apurado é a veracidade dessa informação e cabe à Justiça concluir sobre o que ocorreu”, afirmou o advogado.
Segundo o diretor da Associação de Praças, Policiais e Bombeiros Militares (Aspra), subtenente Luiz Gonzaga Ribeiro, o cabo Fábio estaria recebendo ameaças de morte de pessoas não identificadas, possivelmente bandidos do Aglomerado da Serra. “As ameaças eram por telefone, antes de ele ser preso. Inclusive, ele comunicou o fato à Corregedoria”, disse o subtenente. “Querendo, ou não, o cabo foi condenado pela opinião pública, mas não vou dizer que a prisão dele foi injusta, pois há um inquérito e duas mortes. Do ponto de vista da lei, a prisão era legal”, concluiu Luiz Gonzaga, que teme pela vida dos outros três soldados presos.
Manifestação
Policiais militares participaram, no fim da manhã dessa sexta, de uma passeata promovida pelo Centro Social de Cabos e Soldados, em apoio aos policiais do Rotam acusados pelas mortes no Aglomerado da Serra. Com faixas e cartazes, eles deixaram o 1º Batalhão da PM, na Praça Floriano Peixoto, no Santa Efigênia, e percorreram as avenidas do Contorno e Andradas, até a sede do Batalhão Rotam. “O cabo Fábio foi condenado, injustiçado e agora ele foi executado. Ele foi assassinado pelas declarações dadas pelas autoridades e também pela pressão que foi feita em cima dele”, disse o presidente do Centro Social de Cabos e Soldados, Álvaro Rodrigues. “Vamos acompanhar tudo e saber realmente o que ocorreu com o cabo Fábio”, disse.