Jornal Estado de Minas

Corpo de PM encontrado morto é velado em Santa Luzia

O corpo do Cabo Fábio Oliveira está sendo velado na manhã deste sábado no Cemitério Parque Belo Vale, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo informações do Cemitério, o enterro está marcado para às 15h.

O militar foi encontrado morto numa cela do 1º Batalhão da Polícia Militar na manhã dessa sexta-feira. Ele era suspeito de envolvimento nos assassinatos de Renilson Veriano da Silva, de 39 anos e Jeferson Coelho da Silva, o Jefinho, de 17, no Aglomerado da Serra, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Vigilância reforçada


A morte do cabo vai levar a corporação a intensificar a vigilância sobre os outros três soldados do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), que também estão presos, desde quarta-feira, acusados das mortes no Aglomerado da Serra. “Vamos tomar todos os cuidados para que o fato ocorrido no 1º Batalhão não venha a alcançar os outros que estão presos, à disposição da Justiça. Agora que temos indícios do que pode vir a acontecer, toda a segurança será mais próxima”, disse o chefe da comunicação social da PM, tenente-coronel Alberto Luiz Alves.

O soldado Adelmo Felipe de Paula Zuccheratte está detido no 5º Batalhão do Bairro Gameleira, na Região Oeste; Jason Ferreira Paschoalino, no 36º Batalhão de Vespasiano, na Grande BH; e Jonas David Rosa, no 39º Batalhão de Contagem, também na região metropolitana. Eles seriam ouvidos na manhã dessa sexta-feira, na Corregedoria da Polícia Militar, mas os depoimentos foram suspensos depois de terem sido avisados da morte do colega. Segundo o advogado Ricardo Guimarães, eles estão psicologicamente abalados pela fatalidade. “Dei a notícia, e eles não tiveram condições de prestar depoimento. A reação foi de desespero. É normal. Quem morreu foi um colega de farda que nunca teve uma conduta, que desabonasse sua ficha”, disse.

O depoimento de ontem seria o terceiro deles na Corregedoria da PM. “Somente a polícia técnica vai dizer se houve realmente suicídio. Conversei com o cabo até por volta das 19h (de quinta-feira) e ele estava tranquilo, conformado, confiante no trabalho da defesa para provar sua inocência”, acrescentou Ricardo. Segundo ele, o cabo não negava ter matado os dois moradores, pois era um fato comprovado. “Houve uma troca de tiros, em tese, e as pessoas vieram a morrer. Agora, o que está sendo apurado é a veracidade dessa informação e cabe à Justiça concluir sobre o que ocorreu”, afirmou o advogado.

Segundo o diretor da Associação de Praças, Policiais e Bombeiros Militares (Aspra), subtenente Luiz Gonzaga Ribeiro, o cabo Fábio estaria recebendo ameaças de morte de pessoas não identificadas, possivelmente bandidos do Aglomerado da Serra. “As ameaças eram por telefone, antes de ele ser preso. Inclusive, ele comunicou o fato à Corregedoria”, disse o subtenente. “Querendo, ou não, o cabo foi condenado pela opinião pública, mas não vou dizer que a prisão dele foi injusta, pois há um inquérito e duas mortes. Do ponto de vista da lei, a prisão era legal”, concluiu Luiz Gonzaga, que teme pela vida dos outros três soldados presos.