Localizada aos pés da Serra do Curral, a Praça Governador Israel Pinheiro, conhecida como Praça do Papa, no Bairro Mangabeiras, um dos endereços mais nobres da capital, na Região Centro-Sul, deixa de ser ponto turístico privilegiado para contemplação de Belo Horizonte e se transforma, principalmente nas madrugadas de quinta-feira a domingo, em terra sem lei. Um dos principais cartões-postais da cidade é invadido por um mar de pessoas, muitas menores de 18 anos, em busca de diversão regada a álcool, drogas e barulho.
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Secretário da Regional Centro-Sul admite que não há intervenções previstas na Praça do PapaMoradores do entorno da Praça do Papa reclamam da movimentação na madrugadaPresença de policiais na Praça do Papa não intimida baderneirosJovens transformam Praça do Papa em baile funk durante a madrugadaDois homens que disputavam ponto de drogas na PPL brigam em boate no LourdesForça-tarefa combate baderna na Praça do PapaRessaca da baderna na Praça do Papa incomoda moradores da regiãoA aglomeração de veículos e gente é maior na rua que divide o topo (onde estão o monumento e a cruz esculpidos pelo artista plástico Ricardo Carvão) da base da praça (parte gramada com um parque de lazer de madeira). É nessa via que ficam estacionados os veículos equipados com potentes cornetas e amplificadores de som, verdadeiros trios elétricos que propagam para muito além daquele ponto músicas quase sempre com letras obscenas. Uma das preferidas pela multidão e, portanto, mais tocadas, tem o seguinte refrão: “Na arte do sexo, pode crer que eu esculacho. Faço tudo que ele gosta e ainda dou meu (...) de cabeça para baixo.”
O secretário municipal da Regional Centro-Sul, Fernando Cabral, reconhece os incômodos causados aos moradores da Praça do Papa e admite que não estão previstas intervenções no ponto turístico. Cabral afirma que a Prefeitura de Belo Horizonte está aberta a receber sugestões dos contribuintes afetados. “Estamos dispostos a acatar tudo que possa preservar o bem-estar da comunidade.”