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O estudante João César Ayres, de 18, mora com os pais e uma irmã na Praça do Papa há seis anos. Segundo ele, a bagunça causa transtornos desde 2008. “Já cogitamos até a possibilidade de mudar daqui. O ambiente familiar não existe mais, falta educação e higiene na praça. Estão jogando latas de bebida e outros tipos de lixo nos jardins internos das nossas casas. O bairro é cheio de idosos, inclusive nossos vizinhos dos dois lados, e ninguém está aguentando mais tanta bagunça”, reclamou o estudante.
O presidente da União das Associações de Bairros da Zona Sul, Marcelo Marinho, afirma que o incômodo causado pelo barulho dos alto-falantes dos carros extrapola os limites da Praça do Papa. “O som alto faz ressonância no paredão da Serra do Curral, transformando-se em um barulho infernal em plena madrugada, que é propagado para os bairros vizinhos, como Anchieta, Sion e Serra. O atentado à Lei do Silêncio se agravou nos últimos seis meses”, disse.
Propostas
Diante da inércia do poder público em solucionar o leque de problemas que atormenta a Praça do Papa, moradores apresentam propostas. As principais são instalação de um posto fixo da PM no local, fiscalização por homens da Guarda Municipal, fechamento com barreiras físicas da rua que divide as duas partes da praça, nos fins de semana, melhorias na iluminação pública e blitze de trânsito nas madrugadas para coibir os abusos.
“Do jeito que está, sem iluminação e fiscalização adequadas, a praça se tornou um ambiente favorável para a bagunça. Fechando a via entre as partes superior e inferior e instalando mais postes de iluminação acabariam os excessos, desde que tudo seja acompanhado de um policiamento permanente”, avaliou Marcelo Marinho. Ele disse que após reunião dos moradores com o Comando de Policiamento da Capital (CPC), há dois anos, foi feita uma grande “operação abafa” para coibir a baderna na Praça do Papa. “A paz durou cerca de um ano, mas voltou com a mesma intensidade. Notamos uma certa imobilidade e acomodamento por parte dos militares quando denunciamos os problemas. A demonstração dos policiais é de que eles trabalham ‘enxugando gelo’”, disse.