Parentes das vítimas do acidente no Anel detalham o sofrimento que enfrentam
Para os parentes das vítimas que morreram no Anel Rodoviário no acidente de 28 de janeiro, os últimos 30 dias foram os mais difíceis e cruéis de toda a vida. Eles dizem que tudo perdeu o sentido e buscam forças para retomar a rotina, desmantelada desde que o caminhoneiro Leonardo Faria Hilário, de 24 anos, em alta velocidade, bateu em 16 veículos, matou cinco pessoas e deixou 12 feridas. Restaram a pais, filhos e irmãos dos mortos a saudade e uma certeza: evitar ao máximo trafegar pela pavorosa rodovia. Para aumentar a revolta, mesmo depois de um mês, a empresa a ACA Marques Transportadora Ltda., para qual trabalha Leonardo, não fez qualquer contato com as famílias dos mortos e feridos. O dono da transportadora não quis se identificar, mas se defendeu e informou que vai pagar a indenização estipulada na apólice de seguro, no valor de R$ 1,5 milhão.
O Estado de Minas entrou em contato com alguns familiares dos mortos e de sobreviventes. Muitos, ainda à base de medicamentos e recebendo atendimento psicológico, falaram pela primeira vez sobre os segundos de terror vividos na tarde daquela sexta-feira. A circulação de veículos no anel era intensa e Leonardo Hilário, dirigindo uma carreta bitrem, com 37 toneladas de carga, iniciou a descida dos sete quilômetros mais perigosos da via, entre os bairros Olhos D’Água e Madre Gertrudes, na Região Oeste. Com uma velocidade de 115 km/h, de acordo com o laudo da perícia, o caminhoneiro não conseguiu frear quando deparou com a retenção do tráfego. Bateu em 16 veículos, causando cinco mortes e deixando 12 feridos.