Jornal Estado de Minas

Parentes de menina vítima do acidente no Anel vive esperança da recuperação

Luciane Evans
Esperança move parentes de Laura Gibosky Rodrigues - Foto: Reprodução Álbum de famíliaNo Hospital Felício Rocho, a rotina dos parentes da menina Laura Gibosky Rodrigues, de 4 anos, é de vigília e esperança de que a criança acorde do coma. No dia do acidente, Laura, em companhia das primas Ana Flávia, de 2 anos, e Sarah, de 6, estavam no Anel Rodoviário, em um veículo dirigido por Petrarka Gibosky, mãe de Ana Flávia. O carro foi atingido pela carreta. Ana Flávia morreu na hora. Petrarka e Sarah tiveram ferimentos leves, e Laura, com lesões graves no cérebro, pulmão e fígado, desde então luta pela vida. Primeiro, no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS), para onde foi levada, e há uma semana no Felício Rocho, para onde foi transferida.
Laura já não precisa de aparelhos para respirar e seus pais, os funcionários públicos Ricardo Wagner Rodrigues de Carvalho e Priscila, se revezam todos os dias para acompanhar a filha internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Das 11h às 23h, estão ao lado de Laura, à espera de que ela dê algum sinal de que está se recuperando. “Os médicos não podem nos dar nenhuma previsão sobre o quadro da menina. Ela chegou a esboçar reações aos estímulos dos médicos, mas isso não se repetiu. As coisas vão perdendo o sentido, os dias parecem iguais para nós”, desabafa Ricardo, contando que, para incentivá-la a reagir, eles têm levado para o hospital tudo o que ela mais gosta: bonecas, filmes e outros brinquedos.

“Contamos histórias para ela. A nossa jornada é muito longa. Nossa estrutura familiar foi muito abalada, perdemos a Ana Flávia, minha sobrinha. A irresponsabilidade causa um efeito prolongado”, afirma, acrescentando que o carreteiro Leonardo cometeu um crime e, como tal, deve pagar por isso. “Todos os dias acordo e tento me convencer de que isso ocorreu. Ver o quartinho dela do jeito que ela deixou dói muito.” O Anel Rodoviário era um trecho bastante percorrido pela família que mora no Bairro Dona Clara, Região da Pampulha. Mas, desde aquele dia, Ricardo não passa mais por lá.