Jornal Estado de Minas

Polícia investiga suspeito de ter jogado serpentina metalizada

Ernesto Braga
O delegado Ademir Luiz Correa, responsável pelas delegacias de Bandeira do Sul e Campestre, no Sul de Minas, afirmou que a Polícia Civil já tem um suspeito de detonar o lançador com serpentina metalizada, que teria provocado o curto-circuito na redeelétrica. De acordo com ele, a pessoa será intimada a prestar depoimento e poderá responder por homicídio culposo – sem intenção de matar. O motorista da carreta de som e o dono do veículo já foram ouvidos. Segundo Correa, o trio elétrico não apresentava irregularidades na documentação e foi certificado pelo Inmetro para festas como a que terminou em tragédia em Bandeira do Sul.
Sobre a falta de laudo do Corpo de Bombeiros para a festa, o delegado afirmou que dificilmente a vistoria teria evitado o acidente. “Vamos investigar qual a responsabilidade da pessoa que disparou as serpentinas. O laudo da perícia sai em 10 dias”, disse. Correa afirmou que os feridos também serão ouvidos, assim como outras testemunhas. O inquérito será repassado à Delegacia Regional de Poços de Caldas.

O prefeito de Bandeira do Sul, José dos Santos (PP), confirmou que não foi feito laudo que atestasse a segurança do evento. “Foi a sexta edição da festa e nunca fizemos isso. Foi o terceiro ano que o mesmo trio-elétrico participou e nunca tivemos problemas.” O tenente-coronel Pedro Alvarenga, comandante do 9º Batalhão dos Bombeiros Militares, que atua em todo o Sul de Minas, disse que o evento em Bandeira doSul era considerado de baixo impacto e, por isso, não foi vetado pelo Corpo de Bombeiros. “Ocorreu em um ambiente aberto e para 3 mil pessoas. São considerados os eventos de alto impacto aqueles para mais de 5 mil participantes e em local fechado, que necessita saídas de emergência, e não são liberados sem nosso auto de vistoria”, explicou.

Musa do Bloco dos Minhocas, Fernanda Stefani Goncalves, de 19 anos, estava em cima do trio elétrico no momento em que os cabos separtiram. “Houve uma explosão e faíscas. Depois, eu vi um monte de gente caída, com a boca sangrando, tendo convulsões, uma coisa horrível.” De acordo com ela, das pessoas que participavam da festa em cima do trio, apenas o vocalista da banda teve ferimentos leves. O tio de Fernanda, Admir Ramos do Lago, de 27,esta entre as 15 pessoas que morreram no acidente.