Ontem, o Corpo de Bombeiros concluiu o relatório sobre a tragédia em Bandeira do Sul e o enviou à Polícia Civil. De acordo com o comandante da unidade de Poços de Caldas, capitão Edirlei Viana, os números oficiais são de 15 mortos e 55 feridos. “Chegamos a trabalhar com a informação de que 16 pessoas tinham morrido, mas o Instituto Médico-Legal de Poços de Caldas confirmou 15 óbitos”, disse.
Segundo o capitão, além de dados das vítimas, o relatório aponta o disparo de um lançador com serpentina metalizada como causa mais provável para o rompimento da fiação elétrica que eletrocutou as vítimas. “Pelo material que recolhemos e as informações unânimes de testemunhas, tudo começou com um disparo de ar comprimido, que jogou a fita metalizada nos fios, causando curto-circuito e rompimento dos cabos. Houve a energização do trio elétrico, e a corrente se espalhou pela multidão que acompanhava a festa no meio da praça. Os populares jogavam água nas pessoas e isso ajudou a agravar o choque”, explicou o oficial.
O capitão admitiu que a equipe comandada por ele desconhecia a existência desse tipo de serpentina metalizada. “Nunca tínhamos visto. Pelo que pudemos observar, trata-se de produto importado”, afirmou. Temendo que novas tragédias ocorram no Sul de Minas durante o carnaval, o comandante dos Bombeiros em Poços de Caldas, responsável por outras 10 cidades do Sul de Minas, disse que as autoridades estão se mobilizando para tentar retirar o artefato do mercado. “Virou um problema social e não podemos nos arriscar. Junto da Polícia Militar e das equipes de fiscalização das prefeituras, vamos trabalhar para que esse material não seja usado. Já observamos que ele não está sendo encontrado nas lojas, talvez por iniciativa própria dos comerciantes.”