Jornal Estado de Minas

Fazendas e carvoarias de MG são flagradas com trabalhadores em situação precária

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri
Seis trabalhadores foram resgatados em situação precária nas carvoarias - Foto: Divulgação MPT - Elaine NassifMais uma vez a fiscalização em fazendas no interior de Minas encontrou empregados em situação precária de trabalho. Fazendas do setor sucroalcooleiro e carvoarias foram alvos de operações do Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e as Polícias Federal e Rodoviária federal. As ações aconteceram durante o mês de fevereiro, em cidades da região de João Pinheiro, Região Noroeste de Minas, e p MPT divulgou o balanço das fiscalizações.
Nas carvoeiras fiscalizadas, foram interditadas as atividades de produção. Seis trabalhadores foram resgatados em situação precária. O MPT e o MTE colheram 10 depoimentos de funcionários para provar as inúmeras irregularidades no setor de carvoejamento na região, cujo produto é fornecido para grandes siderúrgicas de Sete Lagoas e Divinópolis. Para dar sequência à investigação, o MPT instaurou um procedimento no qual serão reunidos todos os documentos e provas relativas à situação carvoeira na região.

Segundo o MPT, as empresas faziam descontos indevidos em folha de pagamento, não pagamento de horas extras e não capacitação os trabalhadores para uso de agrotóxicos comprometendo a segurança dos empregados. Faltava aos funcionários um local para refeição e até mesmo instalações sanitárias

No setor sucroalcooleiro, três empresas foram autuadas por 119 infrações e algumas atividades foram interditadas por falta de condições adequadas de trabalho aos empregados. A Bevap Bioenergética Vale do Paracatu, Capuan Agrícola e Rio Paracatu Agrícola e Comercial S/A receberam prazo até 3 de março para assinarem um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que reúne 47 obrigações necessárias para assegurar direitos legais e condições de segurança aos trabalhadores.

“Lista suja”

No início de janeiro, o MTE atualizou a “lista suja” do trabalho escravo no Brasil. Novos 88 nomes entraram para a listagem, somando agora 220 infratores que foram flagrados mantendo trabalhadores em situação precária. Em Minas, cinco propriedades são investigadas por suspeita de trabalho escravo. Em 2010, o MPT abriu 56 apurações sobre trabalho degradante no estado e atualmente, 136 investigações estão em andamento.