Depois de mais de 25 anos de espera, foi assinado nesta quinta-feira um convênio entre a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a Vale e a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), que promete finalmente dar início às obras no trecho ferroviário que vai do Bairro Horto, em Belo Horizonte, até General Carneiro, em Sabará. A melhoria da malha era uma reivindicação antiga da população da região e das empresas, que precisam dela para o transporte de cargas e passageiros. O projeto de modernização da linha férrea conta com um investimento de R$138 milhões da Vale terá impacto para cerca de 250 mil moradores dos 10 bairros localizados na região.Além de redesenhar 8,3 quilômetros da ferrovia, acabando com alguns trechos perigosos, como a Curva do cachorro Magro, onde já ocorreram alguns tombamentos de vagões, o projeto prevê a instalação de passarelas e viadutos, pavimentação de ruas e construção de áreas verdes e de lazer. As passagens em nível (cruzamentos de vias rodoviárias com a linha férrea) deixarão de existir, com a construção dos viadutos. De acordo com a diretora de Desenvolvimento de Assuntos Regulatórios e Relações Institucionais da FCA, Silvana Alcântara de Oliveira, Belo Horizonte vai contar com a única ferrovia do Brasil com viaduto e sem passagem de nível.

O prefeito Marcio Lacerda falou sobre a importância do projeto para a economia do país. “O transporte ferroviário carrega importantes cargas não só de Belo Horizonte e Minas, mas de todo o Brasil”. O prefeito enfatizou que as obras de modernização da linha férrea vão garantir melhor qualidade de vida para os moradores da região. Cerca de 400 famílias serão removidas das margens da ferrovia e receberão indenizações. O diretor da Vale, Ivan Montenegro, destacou os benefícios para a população de Belo Horizonte. “A área onde serão realizadas as obras têm uma grande concentração urbana. As irão melhorar o acesso na região de Belo Horizonte”, afirmou.

Outros projetos que fazem parte do acordo firmado entre a Vale e a PBH estão na Região Leste da cidade. São eles a urbanização do Parque Linear do Arrudas, futura opção de lazer, e o Centro de Cultura do Bairro Santa Tereza, que será construído onde funciona hoje o Sine, na Praça Duque de Caxias. Além disso, serão implementadas três Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPVs) em substituição às duas que terão que ser fechadas na Avenida dos Andradas para as intervenções.

Nos períodos de pico da produção, o trecho de 8,3 quilômetros é utilizado por 28 composições, diariamente, carregadas com soja, minério, ferro-gusa e produtos siderúrgicos, entre outros. O início das obras depende agora da assinatura do convênio com a prefeitura de Sabará, que, segundo a FCA, deve ser feita ainda neste mês. A partir disso, as intervenções têm um prazo de 30 meses para serem concluídas.