A campanha anual de vacinação contra a gripe começa em todo o país em 25 de abril com novidades. Este ano, uma única vacina vai proteger as pessoas da gripe sazonal e do vírus Influenza A H1N1. O programa de imunização também foi ampliado e, além dos idosos, grávidas e crianças de 6 meses a 2 anos devem ser vacinados. A expectativa é de que cerca de 23 milhões de brasileiros (80% da população na faixa etária dos grupos de risco) recebam a vacina até 13 de maio, quando termina a campanha. Em Minas Gerais, as autoridades esperam imunizar 3,1 milhões de pessoas, sendo 1,3 milhão de idosos.
O Ministério da Saúde vai disponibilizar 33 milhões de doses para todo o país, investindo R$ 229 milhões. Em Minas, o número de postos deve ser o mesmo do ano passado: 7 mil, sendo 3 mil deles bases móveis montadas em locais de grande circulação de pessoas, de acordo com o mapeamento dos municípios. Em 2010, a campanha contra o H1N1 atingiu 13 milhões de cidadãos, 1,2 milhão somente em Belo Horizonte. O grupo contemplado foi maior porque incluía adultos com idades entre 20 e 29 anos e 30 a 39 anos, conforme critérios do Ministério da Saúde para vacinação contra o H1N1.
Secretário Nacional de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa explicou que esta é a campanha direcionada tradicionalmente para pessoas com mais de 60 anos e que, pela primeira vez, atenderá novos grupos. Estudos mostraram que crianças e gestantes – vacinadas exclusivamente contra H1N1 no ano passado – têm mais risco de desenvolver quadros graves ou complicações, se contaminadas. “Não estamos em situação de pandemia do H1N1. Esta será uma vacinação normal, da campanha que já existia para idosos, mas a novidade está na composição, que todo ano muda e desta vez inclui H1N1. A vacina é montada com a sepa dos três vírus que mais circularam no ano no Hemisfério Sul. O vírus poderá continuar circulando, mas as pessoas de maior risco vão estar protegidas. A ideia a partir de agora é manter a rotina de vacinação de crianças e gestantes na campanha contra gripe sazonal”, afirma o secretário Barbosa, lembrando que os brasileiros estarão com dois meses de vacina quando chegar o inverno, período em que é registrado o maior número de casos de gripe e de H1N1.
Portadores de doenças crônicas, com orientação médica para receber a vacina sazonal e de H1N1, devem procurar os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crias). Os profissionais de saúde também serão imunizados. Jarbas Barbosa diz que a única contraindicação é para alérgicos a ovos e ressalta que a vacina não é totalmente eficaz, se não houver outros tipos de precaução. “É impossível alguém ficar gripado depois de ser vacinado. A vacina é totalmente segura e não tem o vírus vivo, como o sarampo. Mas é importante lavar sempre as mãos com água e sabão e proteger o espirro com lenço ou até com a manga da roupa. O contato é a principal via de transmissão e o uso do álcool gel é só complementar”, alerta.
Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a divulgação prévia da campanha permitirá “sensibilizar, informar e orientar as pessoas”. Ano passado, segundo o ministério, 89,5 milhões de pessoas foram vacinadas contra o H1N1. Na campanha contra a gripe sazonal para idosos foram protegidos 15,3 milhões em todo o país. “Dia 30 de abril será um dia de mobilização, com campanhas nas ruas, televisões e rádios. Essa é uma conquista do SUS, de expandir o grupo de beneficiados. São apenas R$ 7 por dose da vacina, sem contar outros custos. A parceria tecnológica com o Instituto Butantan nos permite ter sustentabilidade para ampliar o programa de imunização, garantindo proteção aos novos grupos”, diz Padilha.
Imunização
Idosos (acima de 60 anos)
Gestantes
Crianças de 6 meses a dois anos de idade (vão receber duas doses, a segunda 30 dias depois da primeira)
De 25 de abril a 13 de maio,
em todo o país
Uma única dose de vacina contra as gripes sazonal e Influenza
Do total das internações motivadas pelo vírus da gripe sazonal:
47% dos casos graves eram de gestantes;
24%, dos maiores de 60 anos
19%, de crianças de 6 meses a 2 anos
Fonte: Jarbas Barbosa, secretário Nacional de Vigilância em Saúde