Belo Horizonte prepara-se para se defender contra o novo sorotipo da doença, desta vez com uma arma mais poderosaNa próxima semana, uma nova tecnologia será usada em nove unidades de pronto atendimento (UPAs) da capitalPara dar mais agilidade aos exames que detectam o vírus da dengue, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) vai implantar a técnica NS1, que permite saber em apenas uma hora se um paciente com febre alta foi infectado por dengue“Com a metodologia Mac Elisa, usada atualmente, o sangue de paciente com suspeita da doença pode ser recolhido somente cinco dias depois dos primeiros sintomasE o resultado sai em 48 horasAgora, com o NS1, a coleta deve ser feita nos cinco primeiros dias dos sintomas e o resultado é revelado em uma hora”, ressalta o secretário-adjunto municipal de Saúde, Fabiano Pimenta.
Segundo ele, será mais fácil para a equipe médica descartar a doença de um paciente“Como vamos recolher o sangue no auge dos sintomas, faremos o isolamento viral e a detecção do sorotipo de forma mais rápida
Vigilância
Com 18 mil notificações já registradas em 2011 de dengue do tipo 1, 2 e 3 e duas mortes, Minas Gerais, segundo explica o superintendente estadual de Vigilância Epidemiológica, Francisco Lemos, já vem se preparando para a batalha desde o ano passado, quando foram notificados os primeiros casos do tipo 4, em Roraima“A entrada desse novo sorotipo já era previstaEm Minas, ela vai ocorrer, mas vamos intensificar o processo de isolamento viral nas cidades, para saber por onde ele vai chegar.
A probabilidade de chegar primeiro à capital é maior, mas a cidade tem uma unidade de sentinela para os tipos de vírusVamos intensificar o trabalho, principalmente em Juiz de Fora, na Zona da MataA intenção é estimular as unidades a mandar um número maior de coleta de isolamento viral, para podermos identificar as portas de entrada do tipo 4”, revela Francisco.
Segundo ele, como neste ano os números de pacientes são menores do que os do ano passado, quando 121.239 pessoas foram infectadas nos primeiros meses, pode ser que o tipo 4 não chegue ainda em 2011.
Para o vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Carlos Antônio Teodoro, a chegada do viajante indesejável ao território mineiro é questão de tempo“Mais cedo ou mais tarde, ele viráPode ser que, como as temperaturas estão caindo, ele não chegue este ano e venha com mais força em 2012É hora de intensificar as estratégias de combate.” Ele alerta que o novo sorotipo não é mais forte nem mais perigoso“Como há 20 anos não aparece por aqui, ele tem uma população suscetível e, como muitos já foram contaminados pelos outros tipos, uma segunda infecção por dengue é potencialmente mais grave.”