O Estado de Minas percorreu vários condomínios e bairros localizados no Vetor Sul e comprovou que os problemas de infraestrutura, saneamento e desrespeito à legislação estão presentes em quase todos, realçando a necessidade de investimentos para impedir a degradação da qualidade de vida de quem mora na região.
Contrapartida no trânsito
No Vale dos Cristais, a principal reclamação diz respeito ao trânsito. Segundo Valmir Braga, coordenador da Frente de Associações de Condomínios do Vetor Sul e presidente da Associação Residencial do Vale dos Cristais, o poder público
Estrangulamento viário
Na região das Seis Pistas, cercada por universidades, hospitais, comércio e de mais de uma centena de prédios, a construção de uma trincheira que liga a MG–030 ao bairro Belvedere não foi suficiente para resolver os problemas viários. “A pista vem duplicada de Nova Lima, mas sofre estrangulamento quando chega em Belo Horizonte. Com isso, ficamos parados por horas hora no trânsito” conta o estudante universitário André Cruz, de 22 anos, morador do Seis Pistas. A Prefeitura e a iniciativa privada estão realizando uma obra de revitalização ao custo de R$ 2,5 milhões para melhorar as condições viárias, mas as obras ainda são insuficientes.
Preservação ambiental
No Vale do Mutuca, o condomínio Vila Alpina, assim como os demais em Nova Lima, sofre com a ameaça aos mananciais, por causa da falta de tratamento adequado de esgoto. Os dejetos são lançados em fossas sépticas e há risco de contaminação dos lençóis freáticos. “O problema do esgoto é muito grave na área do Vale do Mutuca e que é importantíssima para o abastecimento de água da região metropolitana”, afirma o diretor administrativo da Associação do ProMutuca, Flávio Krollman.
Ameaça da verticalização
Moradores do Alphaville Lagoa dos Ingleses denunciaram ao Ministério Público e à Prefeitura de Nova Lima a intenção das incorporadoras do empreendimento de construir torres de até 18 andares, o que significaria um acréscimo de 50 mil habitantes para a região. Alegam que a verticalização trará sérios impactos no trânsito, saneamento e serviços. Segundo eles, os novos prédios não poderiam ter mais de quatro andares. “Queremos uma gestão sustentável”, defendem a bióloga Judite Velasquez e o empresário Márcio Henrique Salim, moradores do condomínio.
Esgoto a céu aberto
Às margens da BR-040, o Jardim Canadá convive com esgoto a céu aberto, falta de pavimentação, lixo e entulho na porta de casa. A rede de drenagem não foi concluída e a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) construída está comprometida e ainda não capta todo o esgoto gerado pela população, o que compromete a qualidade da água dos mananciais da região. “A prefeitura fez algumas melhorias aqui, como o asfalto em algumas ruas e a construção da ETE. Mas na minha rua, assim como em várias outras, ainda não há ligação com a rede e precisamos usar fossas sépticas”, afirma a autônoma Maria Viegas de Oliveira, de 45 anos, moradora do bairro.
Risco à reserva dos Fechos
Situado entre a Reserva Ecológica dos Fechos e a Lagoa do Miguelão, o Bairro Vale do Sol tem problemas de toda ordem. De acordo com a presidente da associação de moradores do bairro, Camila Alterthum, de 34 anos, não há rede de esgoto e a maioria das casas têm fossas negras para coleta do esgoto. “Em 2008, começaram a construir a rede. Colocaram a placa da obra informando o custo de R$ 4,7 milhões e o prazo de novembro de 2009 para conclusão. O que temos hoje são bueiros abertos sem sinalização na rua e nenhum metro de esgoto pronto. Isso é um risco para os lençóis freáticos do bairro que alimentam a reserva de Fechos”, explica.