Um evento de axé destinado ao público adolescente provoca polêmica em Belo Horizonte. A Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig) em parceria com a Sociedade Mineira de Pediatria (SMP), devem encaminhar ainda nesta sexta-feira uma carta ao Juizado da Infância e Adolescência e ao Ministério Público de Minas Gerais alertando sobre a prática promíscua adotada na divulgação do evento “Clube Neon Folia”, que acontece no sábado.
Nos cartazes e folders distribuídos nas portas de escolas da capital, os organizadores afirmam que as “meninas que ficarem com meninos ganham colares”. Nos folhetos, os estudantes ainda são informados que a menina que tiver mais colares ganha um ingresso para um evento musical programado para o próximo final de semana no Megaspace, na Grande BH.
Segundo representantes da Sogimig, o evento é direcionado aos adolescentes entre 12 e 17 anos, que estariam sendo incentivados à promiscuidade. De acordo com o vice-presidente do Comitê de Ginecologia e Obstetrícia Infanto Puberal da Sogimig , o ginecologista Geraldo Diniz Vieria, o objetivo do envio da carta é coibir a realização de eventos que incentivam esses atos. “Não são os valores que queremos passar para os nossos filhos. Nós como médicos e como pais, alertamos a todos sobre a banalização que nossas crianças estão, cada vez mais, sendo expostas em relação a assuntos como o sexo e relacionamento interpessoal”, explica.
Segundo o responsável pelo evento na Savassi, Fábio Lucas, de 20 anos, a associação pode estar entendendo mal o objetivo da festa. “Os médicos devem estar interpretando mal. Em BH tem muita boate com menor e festa sub-17. Tem menores beijando na boca e se abraçando. Os médicos estão levando esse evento para o lado do sexo, mas lá só vai ter beijo na boca. A gente não está induzindo ninguém. A gente, inclusive, libera a entrada de pais para conhecer a casa”, disse Fábio.
O promotor de eventos tenta provar que as festas que organiza seguem a lei. De acordo com Fábio, a Label Club, boate onde será o evento, sempre realiza festa sub-17. A casa tem alvará e abre as portas a menores entre 12 e 17 anos. Segundo ele, nas festas não entram maiores de idade e os adolescentes só podem participar se apresentarem RG ou certidão de nascimento. Dentro das boate, durante eventos para menores, não há venda de bebida alcoólica e cigarro.
Sobre a propaganda da festa, onde as meninas que beijarem mais garotos ganhariam ingresso para o Axé Brasil, Fábio Lucas afirma que a ideia foi dos “ promoters” contratados por ele e pelo sócio. Os meninos que promovem o eventos são menores e ganham R$ 1 para cada convidado que levarem nas festas. Segundo Fábio, os promoters são escolhidos pelo rendimento escolar, e todos os contratados tem boas notas.
O organizador afirma que a festa acontecerá. “O evento está de pé. Não há problema nenhum, nada fora do normal.”, disse Fábio Lucas.
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