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Estado de Minas

Produção diária de resíduos sólidos supera 1,6 quilos por morador na Região Centro-Sul


postado em 11/04/2011 06:58

Comer, beber e vestir. As necessidades básicas são as mesmas, mas os desejos que movem os hábitos alimentares e de consumo das famílias em Belo Horizonte são bem distintos e geram reflexos na quantidade de lixo gerado em cada lar. A média de resíduos produzidos na capital, por pessoa, gira em torno de 730 gramas diários, mas, conforme as vontades, a lata de lixo pode ser menor ou até mesmo assustadora. A comprovação está em experiência feita pelo Estado de Minas com duas famílias da capital. No Bairro Alto Santa Lúcia, na Região Centro-Sul, o consumo de um dia de cinco pessoas pesou mais que a média belo-horizontina e atingiu 1.654g por morador. Do outro lado da cidade, no Bairro Sagrada Família, na Região Leste, o marcador foi mais generoso, com 483g por cada um dos moradores da residência, no período de 24 horas.

Apesar de ter sido pega de surpresa com a medição, a empresária Luciana Lima, de 33 anos, assume: “Aqui em casa, a gente consome muita comida pronta e com muitas embalagens”. A mãe dela, a aposentada Maria Helena Menezes Lima, de 61 anos, também admite: “Todo dia é um festival de fast food aqui em casa. Tem pão de queijo, refrigerante, pizza, lasanha e suco de caixinha. Lamentavelmente, consumimos muitos produtos industrializados em casa”, conta. Sem prestar atenção no preço, na quantidade e no tipo de embalagem dos produtos, Maria Helena explica que uma das medidas para diminuir o lixo em casa é evitar o desperdício. “Aqui não se faz economia com alimentação. Gosto de fartura, mas sem desperdício. Quando há sobras, reciclo e faço outro prato.”

A aposentada lembra ainda que as mudanças nos hábitos de consumo da família extrapolam o setor alimentício e interferem na compra de bens duráveis. “Antigamente tínhamos apenas um carro. Hoje são quatro na garagem. Meus filhos trocam sempre seus celulares e computadores por versões mais modernas”, diz, reiterando que se preocupa com tanto consumismo.

Para amenizar o problema do lixo em casa, a aposentada conta que há três anos aderiu à coleta seletiva, serviço prestado pela prefeitura no bairro. “Coloco garrafas PET e vidro separado. Papel e comida vão juntos, mas também vou começar a separá-los.”

Já no Sagrada Família, bairro que ainda não tem a coleta seletiva, a aposentada Ângela Marques Lucas, de 65 anos, se antecipou. Com uma produção de lixo bem abaixo da média, a dona de casa afirma que já separa as garrafas PET e as entrega a um catador de lixo que passa no bairro. “Consumimos poucos produtos com latas e muitas embalagens. Além disso, uso talos e cascas de alimentos nas refeições”, diz. A falta do serviço de coleta seletiva no bairro é, segundo Ângela, uma situação que incomoda. “É ruim saber que não há nenhum incentivo à separação do lixo aqui perto”, afirma.

Resíduos

A partir de 2 de agosto, passa a valer em todo o país a Lei nº 12.305, que criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A nova regra estabelece a obrigatoriedade de criação de planos para tratamento adequado de resíduos, com implantação de aterros sanitários, coleta seletiva e de alternativas tecnológicas para geração de energia a partir do lixo. O planejamento deve ser nacional, estadual, da região metropolitana, municipal, regional e intermunicipal. Outra medida prevista na lei é a logística reversa, que determina que a indústria se envolva até o fim da cadeia produtiva, dando destinação adequada às embalagens e ao produto ao fim da vida útil da mercadoria. A regra começa com o setor de eletroeletrônicos.


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