As sacolas produzidas com petróleo, que hoje custam cerca de R$ 0,03 para os supermercados são distribuídas gratuitamente para os clientesComo opção de embalagem, o cliente que não tiver a sacola retornável poderá adquirir o modelo compostável, feito a base de amido, como milho e mandioca, mas terá que pagar R$ 0,19Esse tipo de material tem decomposição em até 180 dias.
Mas para quem vai às compras, a substituição promete ser um grande desafio“Já compro sacolas retornáveis, mas tenho que me habituar a mantê-las no carro para não esquecer
A mudança, de acordo com o diretor comercial da rede, Alexandre Poni, está tendo boa aceitação“Pelo apelo ambiental que a proposta tem, a aceitação está sendo extraordináriaJá vendemos desde julhoNa primeira coleção, vendemos 110 mil unidadesLançamos a segunda neste mês e somente nos cinco primeiros dias vendemos cerca de 30 mil”, disseO empresário Marcelo Savassi, de 39, ainda não se adaptou à nova regra e na segunda-feira fez compras no Super Nosso, no Bairro São Bento, mas adianta: “Essa é uma ótima oportunidade para revermos a questão do consumo”
Hábito
A mudança de hábito, no entanto, vai exigir muito comprometimento da população, segundo o chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Saulo Ataíde
“As embalagens produzidas com petróleo liberam produtos tóxicos poluentes do solo e cursos d’água e têm tempo de decomposição que pode chegar a até 400 anos”, explica o vereador Arnaldo Godoy (PT), autor do projeto de leiSegundo ele, a ideia de criar a proposta partiu do alto grau de degradação da sacola plástica para o meio ambiente“Elas entopem bueiros, provocando enchentesAumentam a produção de lixo, agravando o problema do tratamento de resíduos na cidade e ainda provocam morte de animais por sufocamento, depois da ingestão”, afirmouSancionada pelo prefeito Fernando Pimentel em 2008, a lei estabeleceu prazo de três anos para o comércio se adaptar à mudança
Apesar da divulgação e da antecipação dos centros de compras em disponibilizar a sacola retornável para venda, a substituição do modelo convencional pelo biodegradável vai depender de uma grande mudança de hábito“As pessoas já estão adquirindo as retornáveis, mas como ainda podem usar as convencionais não se preocupam tantoAs pessoas vão ter que passar por uma mudança de cultura, de comportamento e de hábito muito grande”, explica o diretor comercial da rede de supermercados Verdemar, com cinco unidades na capital.