Jornal Estado de Minas

Força tarefa faz pente-fino na Hipolabor até sexta-feira

Força-tarefa com mais de 130 integrantes vai se ocupar, até sexta-feira, de vasculhar dependências do Hipolabor em busca de provas da lista de crimes sob investigação

Ernesto Braga Andréa Silva
Presos nessa terça-feira na Operação Panaceia, o presidente da indústria farmacêutica Hipolabor, Ildeu de Oliveira Magalhães, e o sócio dele, o farmacêutico Renato Alves da Silva, foram levados para o Ceresp São Cristóvão, na Região Noroeste da capital
Segundo o promotor Renato Froes, de Defesa da Ordem Econômica do Ministério Público Estadual (MPE), eles prestarão depoimento hojeA força-tarefa, formada por 130 pessoas, entre promotores, auditores da Receita Estadual, policiais militares e civis, servidores do Ministério da Justiça e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vai vasculhar as quatro unidades da empresa, até sexta-feira, em busca de provas dos crimes de falsificação de medicamentos, sonegação fiscal, formação de cartel para fraudar licitações públicas e formação de quadrilha.

Veja as imagens da operação


Ildeu e Renato tiveram decretada a prisão temporária, válida por cinco dias“A prisão pode ser prorrogada por cinco dias, revogada ou convertida em preventiva (enquanto durar a investigação)”, informou Renato FroesA operação que resultou na detenção dos sócios começou às 6h30 de ontemAlém das moradias dos dois, quatro unidades da empresa, nos bairros Borges, em Sabará, na Grande BH, Eymard e Cidade Nova, na Região Nordeste da capital, e Castelo, na Pampulha, foram alvos de mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela juíza Cláudia Costa Cruz Teixeira, da 2ª Vara Cível/Criminal de Sabará

As buscas no luxuoso apartamento triplex de Ildeu (dois últimos andares e a cobertura do Edifício Massabiele), no Bairro de Lourdes, Região Centro-Sul de BH, foram encerradas às 9h, quando auditores da Receita Estadual desceram carregando grande quantidade de documentosTambém foram apreendidos 112 mil euros, US$ 30 mil e um revólver calibre 32, além de comprovantes de contas do empresário no exterior“Sabemos que ele era correntista em um banco nos Estados Unidos, onde foram movimentados US$ 3 milhõesA conta foi encerrada no fim do ano passado, e queremos saber para onde foi esse dinheiro”, disse o promotorIldeu saiu preso do prédio às 9h30, pela garagem, em uma viatura da Polícia Civil.

No mesmo horário, Renato deixava seu apartamento luxuoso na Rua José Ferreira Cascão, no Belvedere, na mesma região, escoltado por dois agentes da Polícia Civil
Ele não estava algemado e seguiu caminhando até uma viatura, acompanhado de sua advogadaOs dois não quiseram falar com a imprensaO imóvel também foi vasculhadoForam apreendidos um computador e diversas sacolas com documentosA movimentação assustou os moradores, que saíam cedo de casa, e também as pessoas que passavam pela rua e foram surpreendidas com o forte aparato policial em frente ao prédio.

Os prédios da Hipolabor foram interditados por causa da operação, inclusive a fábrica de medicamentos, no km 13 da BR-381, em Sabará“Descobrimos um porão na empresa, com grande quantidade de papelAcreditamos que a análise desses documentos vai comprovar o esquema de falsificação de medicamentos”, afirmou Renato Froes.