Jornal Estado de Minas

Dono da Hipolabor vai prestar depoimento na terça-feira

O presidente da Hipolabor Farmacêutica, Ildeu de Oliveira Magalhães, e seu sócio, o farmacêutico Renato Alves da Silva, são aguardados na tarde de terça-feira para prestarem depoimento na sede da Procuradoria-Geral de Justiça do estado, no Santo Agostinho, Centro-Sul da Capital. Os dois foram presos na semana passada durante a Operação Panacéia, que investiga um esquema de fraude, sonegação fiscal e falsificação de remédios envolvendo a empresa.



Um funcionário de um cartório de registro também será ouvido pela manhã, na condição de testemunha. Outras 12 pessoas já prestaram declarações no inquérito policial na condição de testemunha, três delas ontem. A farmacêutica Larissa Pereira, funcionária da Hipolabor, que também foi presa, foi ouvida na sexta-feira.

A Operação Panacéia é resultado de uma força-tarefa encabeçada pelo Ministério Público estadual, com participação de policiais militares e civis de Minas, e agentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde. Os empresários Ildeu e Renato foram presos na manhã do dia 12, em cumprimento a ordem judicial. Em nota, a Hipolabor não comentou as acusações contra a indústria, mas garantiu que todos os produtos fabricados e comercializados pela empresa são registrados na Anvisa.

Uma centro de distribuição da empresa, no Anel Rodoviário, 4.600, Bairro Maria Goretti, Nordeste de Belo Horizonte, foi interditado na quarta-feira, depois que técnicos da Secretaria de Estado da Saúde (SES) contataram o armazenamento e comércio de medicamentos controlados, sem a autorização específica para a atividade. A unidade industrial, na BR-381, km 12,3, Bairro Borges, em Sabará (Região Metropolitana), continua funcionando, já que tem autorizações da SES e Anvisa.



Manifestação

Os funcionários da Hipolabor fizeram uma manifestação na tarde desta segunda-feira em Sabará, Região Metropolitana de BH, onde fica a fábrica da empresa. O protesto foi organizado pelo Sindicato das Indústrias Farmacêuticas de Minas. Os funcionários estão preocupados com as decisões da Vigilância Sanitária em interditar a empresa. As atividades na fábrica não foram interrompidas, mas os trabalhadores estão temerosos em relação aos empregos por causa do andamento das investigações.

Outra preocupação, apontada pelo sindicato, é com a situação dos funcionários caso a empresa seja fechada. Eles temem passar por problemas em relação aos direitos trabalhistas e querem garantir que nenhum empregado seja prejudicado.

Entenda o caso

Novembro de 2009

Ministério Público de Minas Gerais (MPE) inicia investigação de denúncias de adulteração em medicamentos da Hipolabor.

12 de abril

Força-tarefa formada pelo MPE, Receita Estadual, Ministério da Justiça, polícias Civil e Militar e Anvisa deflagra Operação Panaceia para desmonte do esquema de adulteração da Hipolabor.



São presos o presidente do laboratório, Ildeu de Oliveira Magalhães, e o químico Renato Alves da Silva, acusados de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, formação de cartel para fraude em licitações e adulteração de medicamentos.

Farmacêutica Larissa Pereira também é presa.

13 de abril

Mulher e dois filhos de Ildeu prestam depoimento ao Ministério Público.

MPE pede à Vigilância Sanitária Estadual para fazer inspeção no depósito do laboratório Hipolabor, no Bairro Aarão Reis.

14 de abril

Inspeção no laboratório da empresa constata irregularidades.

Farmacêutica Larissa Pereira é ouvida no Ministério Público.

A Hipolabor Farmacêutica é interditada a pedido do Ministério Público.



15 de abril

Secretaria Estadual de Saúde (SES) anuncia suspensão das vendas dos medicamentos da Hipolabor por 90 dias, para que sejam feitas análises dos produtos.

Depósito da empresa é interditado por falta de licença para funcionamento e do alvará especial para estocagem de medicamentos controlados.

16 de abril

Secretaria Estadual de Saúde (SES) recua da decisão e libera venda e consumo dos medicamentos da marca Hipolabor

17 de abril

Mais três pessoas prestam depoimento na sede do Ministério Público, somando 12 testemunhas ouvidas desde o dia 13