(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Caos e revolta para deixar Belo Horizonte no feriado

Interdição de ponte na BR-381, em Sabará, transforma o dia de motoristas e passageiros em verdadeiro inferno. Engarrafamentos e reclamações marcaram a quinta-feira santa


postado em 22/04/2011 07:11 / atualizado em 22/04/2011 07:36

Tudo parado na Avenida Beira Rio, em Santa Luzia. Cena que se repetiu em outras vias da cidade na Grande BH, totalmente tomada por milhares de veículos(foto: Fotos: Gladyston Rodrigues/D.A Press)
Tudo parado na Avenida Beira Rio, em Santa Luzia. Cena que se repetiu em outras vias da cidade na Grande BH, totalmente tomada por milhares de veículos (foto: Fotos: Gladyston Rodrigues/D.A Press)

 

A ocasião não poderia ser mais adequada para penitência se o martírio não fosse causado pela omissão do poder público com a malha rodoviária federal mineira. Nessa quinta-feira, no primeiro dia do feriado de semana santa, motoristas e passageiros que buscaram rotas alternativas à interditada ponte do Rio das Velhas, no km 454 da BR-381, em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, pagaram todos os seus pecados. O sofrimento dos que passaram por Santa Luzia, saindo ou a caminho da capital, foi maior. No início da manhã, longo congestionamento já se formava no Centro da cidade, onde o trânsito deu um nó. Em um trecho de 10 quilômetros, até chegar ao trevo de Santa Luzia, na BR-381, foram gastas três horas, o que causou indignação e revolta. Também não escapou do calvário quem preferiu passar por Sabará e Caeté para chegar à rodovia federal que leva ao Espírito Santo. Não houve congestionamento, mas o tráfego ficou carregado, principalmente dentro de Caeté, e faltou informação para os motoristas.

A reportagem do Estado de Minas chegou à Via 240, no Bairro São Gabriel, Região Nordeste de BH, às 6h de quinta-feira, rumo a Santa Luzia. Às 6h09, se deparou com uma longa fila de veículos na Rua Alto do Tanque, no Centro da cidade, sentido BR-381. Na tentativa de se livrar da retenção, a equipe do EM buscou nova rota, dessa vez pela Rua Rio das Velhas, passando pela antiga ponte no curso d’água, também no Centro. Oito minutos depois (6h17), encontrou novo congestionamento pela frente. Até conseguir romper o trajeto de apenas 10 quilômetros pela Avenida Beira Rio, saindo no trevo da BR-381, o relógio já marcava 9h.

Erosão na pista

Além da grande quantidade de carros, ônibus e caminhões, o fluxo era liberado de forma intermitente, por causa da erosão em uma das duas pistas da Avenida Beira Rio, próximo ao trevo da BR-381. Dois homens da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) liberavam um sentido do trânsito a cada meia hora. Impacientes, motoristas e passageiros, entre eles mulheres com crianças de colo, desceram dos veículos, debaixo de sol forte. Infrações de trânsito também eram flagrantes: motoqueiros usaram a calçada para fugir do engarrafamento.

No sentido contrário, as pessoas que viajavam pela BR-381 e eram obrigadas a entrar no trevo de Santa Luzia, por causa da interdição da ponte no Rio das Velhas, também enfrentaram retenção e lamentaram o atraso inesperado para chegar ao destino e curtir o feriadão. A fila de carros, que começava no início da Avenida Beira Rio, seguia pela rodovia federal, sentido Espírito Santo. Às 11h, o engarrafamento era de quatro quilômetros, passando pelo posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no km 450, em Sabará. A placa informando que veículos acima de 8 toneladas são impedidos de trafegar na Beira Rio foi ignorada. Ônibus e caminhões passaram livremente pela via, entre eles o carreteiro Adilson Martins, de 51 anos, que transportava 25,4 toneladas de escória do Vale do Aço para Sete Lagoas.

O movimento de automóveis também foi intenso na MGC-262, entre Sabará e Caeté, e na MG-435, de Caeté à BR-381, mas sem congestionamentos. As principais vias de Caeté, como a Avenida João Pinheiro, ficaram sobrecarregadas. Muitos motoristas pararam para pedir informações sobre como chegar à rodovia. Algumas faixas foram espalhadas pela cidade, como na Praça Doutor Yves Mathieu.

Caminhoneiros

“Esses absurdos acontecem pela falta de manutenção das rodovias e pontes e pelo peso exagerado que muitos caminhões carregam. Há 20 anos passo pelas estradas de Minas. A única coisa que melhorou foram os caminhões.”

José da Graça Alves, 61 anos

Viajava em comboio com quatro caminhoneiros
Saíram de São Paulo na sexta-feira e seguiriam para Ipatinga, no Vale do Aço

“Vou ser obrigado a passar por Congonhas e Ouro Branco, o que vai atrasar
a viagem em mais de duas horas.”

Wendel Marques, 31 anos

Saiu de BH com destino a Ouro Preto, Região Central

“Não estava sabendo. Fui pela 381 até chegar na ponte. De lá, me mandaram para cá. Já estou contando um atraso de quase 10 horas.”

Edenílson Aparecido Mendes, 38 anos

Saiu de São Paulo com destino a Ipatinga, Vale do Aço

“Estou parado e tendo prejuízo, não sabia de nada. A gente trabalhando tem que ficar e o pessoal passeando pode viajar.”

Rogério Avelino, 23 anos

Saiu de Betim com destino a Santa Margarida, na Zona da Mata

“E aí, vou ficar parado aqui sem banheiro, sem restaurante? Já estou aqui há quatro horas. Vou perder duas viagens hoje, mais ou menos R$ 150.”

André Célio Domingues, 29 anos

Saiu de Sarzedo com destino a João Monlevade, na Região Central

Veículos de passeio

“Do jeito que anda nossa administração, acredito que até a Copa do Mundo de 2014 eles já tenham consertado.”

Reginaldo Francisco da Silva, 30 anos, Técnico em eletrônica

Saiu de BH com destino a Vitória

“Vim por causa do desvio. No final, minha viagem vai aumentar mais ou menos 50 quilômetros. Dá até vontade de desistir.”

Grimaldo Dias Miranda, 33 anos, Gesseiro

Saiu de BH com destino a Abre Campo, na Região Central


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)