O Governo de Minas, por meio da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), acaba de reativar o sismômetro que monitora a comunidade de Caraíbas, no município de Itacarambi, região Norte de Minas. O monitoramento é realizado em parceria com o Observatório Sismológico da Universidade Federal de Brasília (UnB) desde o abalo sísmico de 4,9 graus na escala Richter, que em dezembro de 2007 provocou a destruição de 76 casas e a primeira vítima fatal no Brasil, decorrente de tremor de terra.
O sismômetro estava apresentando problemas na transmissão de dados ao Observatório, mas, no último dia 20, técnicos da UnB ajudaram a restaurá-la. O técnico em sismologia, Francimilton Salustiano da Silva, que esteve em Caraíbas, explica que o equipamento detecta tremores em todas as direções (norte, sul, leste e oeste) e verticalmente. “Ele identifica anomalias e o fator que provocou o sismo e o acompanhamento dos dados é feito 24 horas por dia, nos 365 dias do ano”, completa.
O equipamento está localizado no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, a 5 km do epicentro do terremoto que atingiu Caraíbas em 2007. “Foi feita uma varredura na região para a instalação do sismômetro, o local escolhido é estratégico”, relata Francimilton. O aparelho é composto por baterias estacionárias, painéis solares, digitalizador e um meio de transmissão, o rural web, e envia dados em formato de gráficos para o observatório sismológico.
Mobilização
Abalos de menor magnitude também já afetaram o Norte de Minas nos últimos meses. Diante disso, o Governo de Minas tem mobilizado diversos órgãos para estabelecer parcerias que atuem na região para evitar novas tragédias. Em março último, foi anunciada a instalação de um observatório sismológico em Montes Claros.
“O sismógrafo de Montes Claros será um dos mais modernos e de nível internacional, e permitirá um estudo mais preciso e avançado em relação aos abalos e as suas escalas”, informou o chefe de Gabinete Militar do Governador e coordenador estadual de Defesa Civil, coronel PM Luis Carlos Dias Martins.
Segundo ele, a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e a UnB já estão em contato para acertar uma parceria técnica. A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) também fará parte do processo de implantação do observatório.
Medidas preventivas
De acordo com informações da Defesa Civil Estadual, foram registrados recentemente mais dois abalos sísmicos em Montes Claros - em 29 de setembro de 2010, com magnitude de 2,7 graus na escala Richter, e em 5 de março deste ano, com 3,2 graus. No total, pelo menos outros 11 sismos atingiram a região Norte de Minas.
Para o chefe do observatório da UnB, Lucas Barros, a partir dos estudos do novo sismógrafo, será possível determinar a extensão da falha geológica existente no local, bem como fazer um levantamento sobre a magnitude máxima de tremores que possam ocorrer na cidade e assim recomendar medidas preventivas. “Infelizmente, mesmo que fossem previsíveis, os tremores seriam inevitáveis. O que temos de fazer é levantar as características das fontes sismogênicas”, concluiu o especialista.
Histórico de Caraíbas
Um dia depois do tremor de 2007, o então governador Aécio Neves visitou o povoado de Caraíbas e determinou que o Estado atendesse, com urgência, à população desabrigada. Pouco depois foi assinado convênio entre o Governo de Minas e o município para a construção de casas. Cinco meses após o abalo e antes do previsto, as 76 casas do Conjunto Habitacional São José foram entregues às famílias desabrigadas. Cada família cadastrada pela Cedec recebeu também um sofá, armários, mesa de jantar, geladeira, fogão, cama de casal e beliche, além de kit completo de banheiro e cortinas. Os móveis foram doados pelo Governo do Estado, por meio de parceria com empresários do setor.
As casas foram construídas pela Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab/MG), com investimento de R$ 1,5 milhão. Desse total, R$ 700 mil foram injetados diretamente na economia de Itacarambi. Como a região é propícia a abalos sísmicos, a Cohab/MG optou por fazer as bases pelo sistema radier, placa de concreto armado com 10 centímetros de espessura, sobre a qual é erguida a construção. Isso evitará trincas, caso venha a ocorrer alguma movimentação do subsolo. Com o processo, o custo de cada unidade aumentou cerca de R$ 700. As casas contam ainda com cinta de concreto na parte superior.
O sismômetro estava apresentando problemas na transmissão de dados ao Observatório, mas, no último dia 20, técnicos da UnB ajudaram a restaurá-la. O técnico em sismologia, Francimilton Salustiano da Silva, que esteve em Caraíbas, explica que o equipamento detecta tremores em todas as direções (norte, sul, leste e oeste) e verticalmente. “Ele identifica anomalias e o fator que provocou o sismo e o acompanhamento dos dados é feito 24 horas por dia, nos 365 dias do ano”, completa.
O equipamento está localizado no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, a 5 km do epicentro do terremoto que atingiu Caraíbas em 2007. “Foi feita uma varredura na região para a instalação do sismômetro, o local escolhido é estratégico”, relata Francimilton. O aparelho é composto por baterias estacionárias, painéis solares, digitalizador e um meio de transmissão, o rural web, e envia dados em formato de gráficos para o observatório sismológico.
Mobilização
Abalos de menor magnitude também já afetaram o Norte de Minas nos últimos meses. Diante disso, o Governo de Minas tem mobilizado diversos órgãos para estabelecer parcerias que atuem na região para evitar novas tragédias. Em março último, foi anunciada a instalação de um observatório sismológico em Montes Claros.
“O sismógrafo de Montes Claros será um dos mais modernos e de nível internacional, e permitirá um estudo mais preciso e avançado em relação aos abalos e as suas escalas”, informou o chefe de Gabinete Militar do Governador e coordenador estadual de Defesa Civil, coronel PM Luis Carlos Dias Martins.
Segundo ele, a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e a UnB já estão em contato para acertar uma parceria técnica. A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) também fará parte do processo de implantação do observatório.
Medidas preventivas
De acordo com informações da Defesa Civil Estadual, foram registrados recentemente mais dois abalos sísmicos em Montes Claros - em 29 de setembro de 2010, com magnitude de 2,7 graus na escala Richter, e em 5 de março deste ano, com 3,2 graus. No total, pelo menos outros 11 sismos atingiram a região Norte de Minas.
Para o chefe do observatório da UnB, Lucas Barros, a partir dos estudos do novo sismógrafo, será possível determinar a extensão da falha geológica existente no local, bem como fazer um levantamento sobre a magnitude máxima de tremores que possam ocorrer na cidade e assim recomendar medidas preventivas. “Infelizmente, mesmo que fossem previsíveis, os tremores seriam inevitáveis. O que temos de fazer é levantar as características das fontes sismogênicas”, concluiu o especialista.
Histórico de Caraíbas
Um dia depois do tremor de 2007, o então governador Aécio Neves visitou o povoado de Caraíbas e determinou que o Estado atendesse, com urgência, à população desabrigada. Pouco depois foi assinado convênio entre o Governo de Minas e o município para a construção de casas. Cinco meses após o abalo e antes do previsto, as 76 casas do Conjunto Habitacional São José foram entregues às famílias desabrigadas. Cada família cadastrada pela Cedec recebeu também um sofá, armários, mesa de jantar, geladeira, fogão, cama de casal e beliche, além de kit completo de banheiro e cortinas. Os móveis foram doados pelo Governo do Estado, por meio de parceria com empresários do setor.
As casas foram construídas pela Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab/MG), com investimento de R$ 1,5 milhão. Desse total, R$ 700 mil foram injetados diretamente na economia de Itacarambi. Como a região é propícia a abalos sísmicos, a Cohab/MG optou por fazer as bases pelo sistema radier, placa de concreto armado com 10 centímetros de espessura, sobre a qual é erguida a construção. Isso evitará trincas, caso venha a ocorrer alguma movimentação do subsolo. Com o processo, o custo de cada unidade aumentou cerca de R$ 700. As casas contam ainda com cinta de concreto na parte superior.