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Estado de Minas UM BEM CULTURAL DA CIDADE

Conselho vence disputa judicial e consegue tombar o Bar do Bolão

Tombamento é do conjunto de três casas na Praça Duque de Caxias, no Bairro Santa Tereza. Proprietários prometem recorrer à Justiça


postado em 28/04/2011 06:00 / atualizado em 28/04/2011 06:23

Imóvel da década de 1920 é de estilo eclético, típico das casas planejadas por Aarão Reis para abrigar a comissão construtora da cidade(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 21/3/11)
Imóvel da década de 1920 é de estilo eclético, típico das casas planejadas por Aarão Reis para abrigar a comissão construtora da cidade (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 21/3/11)

A história venceu uma queda de braço em torno do imóvel ocupado pelo Bar Bolão, tradicional estabelecimento na Praça Duque de Caixas, no Bairro Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte. O Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte derrubou nessa quarta-feira recurso que se opunha ao tombamento do conjunto de três casas construídas entre 1927 e 1943. A decisão torna as casas protegidas e assegura que o atual reduto da cerveja e do macarrão fique imune a transformações. Contrários ao posicionamento dos conselheiros, os proprietários do imóvel prometem recorrer novamente, sob o argumento de que o valor cultural do bem está diretamente ligado à sua ocupação pelo bar, e não pelos atributos arquitetônicos.

Com o tombamento, os proprietários, interessados em vender o bem, temem perder quase R$ 2 milhões com a desvalorização do imóvel, avaliado em R$ 3,5 milhões. “Vamos recorrer e temos precedentes na Justiça que nos favorecem”, afirma o advogado da família Viana, proprietária das casas, Vinícius Marins. “Vamos lutar pelo nosso patrimônio, não somos nós que vamos pagar por isso”, afirma um dos herdeiros, Ari de Pinho Tavares. A diretora de Patrimônio da Fundação Municipal de Cultura, Michele Arroyo, contesta a opinião dos proprietários da casa e afirma ser o imóvel ocupado pelo Bolão um importante exemplar da arquitetura erguida na nova capital de Minas.

Michele afirma que o imóvel da década de 1920 é de estilo eclético, típico das casas construídas por Aarão Reis para abrigar a comissão construtora de BH. “O interessante é que ela está fora do Bairro Funcionários. Ou seja, provavelmente é uma das primeiras construções do Santa Tereza”, afirma. Já a casa da década de 1940 tem estilo art déco e segue o tipo de arquitetura de outras construções em torno da praça. “É bom lembrar que todos os imóveis da praça têm indicação de tombamento. Se se alteram esses imóveis, a própria igreja perde sua dimensão simbólica”, afirma Michele, reiterando que o imóvel do Bolão foi posto em pauta diante da ameaça de demolição.

Esperanças

Há cerca de quatro meses, os proprietários puseram o conjunto à venda, por R$ 3,5 milhões. Inquilinos do imóvel há 42 anos, os donos do Bolão, a família Rocha, consideraram o preço inviável para o caixa do restaurante e, para se resguardarem do despejo, compraram outro imóvel, também na Praça Duque de Caxias. A notícia do tombamento reacendeu as esperanças de os donos do Bolão arrematarem o ponto. “Temos total interesse em comprá-lo”, afirma Sílvio Eustáquio da Rocha. Enquanto isso, a turma trabalha com o plano B. Até dia 10, o Bolão vai reabrir imóvel na Rua Mármore, a um quarteirão da praça, e começa a reforma da outra casa na Duque de Caxias. “Vamos esperar para ver o que dá.”

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