O suplício dos motoristas e moradores afetados pela interdição da ponte no Rio das Velhas, no km 454 da BR-381, em Sabará, na Grande BH, pode prolongar-se por até dois meses. Este é o prazo estimado para que as duas pontes metálicas provisórias estejam montadas para receber o fluxo de veículos da rodovia. A previsão ainda não é oficial, mas foi repassada pelo engenheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Alexandre de Oliveira. Nessa quinta-feira, oficiais e técnicos do Exército deram início aos estudos para a instalação das pontes. Na quarta-feira, segundo o Dnit, começa a demolição da estrutura condenada. A estimativa é que 50 mil veículos passem pelo trecho diariamente.
“É um trabalho complexo. Teremos de fazer os blocos de fundação para receber as pontes, os encabeçamentos destes aterros, a pavimentação, sinalização e drenagem do desvio. Imagino que entre 45 e 60 dias teremos condições de trazer o tráfego para cá”, calcula Alexandre Oliveira. Militares e técnicos do Dnit concordaram que a montagem da ponte provisória pode ocorrer ao mesmo tempo que o trabalho na estrutura ao lado.
O engenheiro adianta que a pista alternativa, com as passagens provisórias, terá 800 metros. Um veículo que chegar a Belo Horizonte pela BR-381 pegará o desvio logo antes da ponte interditada, cruzará o primeiro aterro, passará pela ponte metálica e pelo segundo aterro, retornando à rodovia logo antes do viaduto da linha férrea, cuja estrutura não sofreu abalos. “A principal dificuldade é a capacidade de suporte das margens. Temos aqui um tipo de solo arenoso”, analisa o tenente-coronel Vladimir Pires Pinto, do 4º Batalhão de Engenharia de Combate de Itajubá, no Sul de Minas.
Recursos
O superintende regional do Dnit, Sebastião Donizete, explica que o órgão está prestes a fechar o contrato que englobaria a demolição da ponte, a construção da nova e os trabalhos necessários para a instalação da via de ligação metálica, além de uma passarela em substituição à passagem provisória feita pelo militares. As pontes metálicas são exclusivas para o tráfego de veículos. “Esses casos se encaixam no quadro de emergência. Já existe o crédito extraordinário liberado em Brasília. Pedimos reserva de R$ 30 milhões. Agora, vamos fechar o valor dessa nova etapa”, informa o superintendente.
Técnicos da Cemig estiveram no local para avaliar se uma rede de média tensão, que passa a oito metros do solo e está a 28 metros do local, poderia impedir a instalação das pontes metálicas. Os funcionários informaram a rede necessita de uma margem de segurança de cinco metros, o que, na avaliação dos engenheiros, não prejudica os trabalhos. Os técnicos informaram ainda que a empresa energética começa hoje a instalar uma nova rede de iluminação em toda a área.