O líder da quadrilha conhecida como Bando da Degola, Frederico Flores, não respondeu às perguntas durante depoimento, na tarde desta sexta-feira, no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Ele apenas reclamou do tratamento que vem recebendo na prisão e disse estar recebendo ameaças. O grupo que Flores comandava é acusado de torturar, assassinar e decapitar os empresários Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, e Rayder Santos Rodrigues, de 39, em abril de 2010 num apartamento no Bairro Sion, na Região Centro-Sul de BH.
O acusado entrou na sala de audiência e se recusou a responder as perguntas feitas a ele. Flores apenas pediu um tempo para poder fazer algumas alegações. Ele disse que sua saúde foi abandonada dentro da prisão. Segundo Flores, o serviço prisional não está lhe entregando todos os medicamentos que precisa. Além disso, alegou estar com um problema de pele. Flores também afirmou que está recebendo ameaças dentro da penitenciária. Dentre as pessoas citadas por ele havia nomes de políticos.
Depois dos argumentos de Flores, a defesa fez alguns pedidos ao juiz. Eles pediram que Flores tomasse banhos quentes dentro da prisão, por causa do problema de pele, e que fosse permitida a saída dele da penitenciária para receber atendimento médico ou que recebesse a visita de um especialista.
No final da audiência, o Juiz Maurício Torres Soares abriu vistas ao Ministério Público para opinar a respeito dos pedidos feitos por Flores. Os promotores têm 48 horas para entregar as alegações. Só depois da decisão do magistrado sobre as solicitações é que será pedido à defesa e ao MP as alegações finais. O prazo para a pronúncia de Flores deve sair em, no mínimo, duas semanas.