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Estado de Minas

Praça da Liberdade: símbolo de poder e fonte inesgotável de arte em BH


postado em 01/05/2011 07:22

Por ela caminham desde os primeiros minutos de sol uma legião de esportistas. Pelas mesmas calçadas, projetadas, como o conjunto, para simbolizar o poder, já marcharam grevistas e soldados. Desfilaram nomes como Juscelino e Tancredo. Estão impressas assinaturas como a Niemeyer e a marca da natureza nas inconfundíveis fileiras de palmeiras-imperiais. A imponência e a diversidade arquitetônica e paisagística não só são os principais atrativos da Praça da Liberdade como a tornam fonte inesgotável para trabalhos artísticos e pesquisas. Estudante de arquitetura, Ana Carolina Ciriaco, de 28 anos, encontrou um ponto estratégico para explorar as linhas e contornos do espaço em um trabalho acadêmico. “Tenho que fazer três desenhos: do coreto, da alameda das palmeiras e um livre. Considero a praça a melhor área de lazer e turismo de Belo Horizonte, além de ser o principal símbolo da cidade. Sua beleza promove a interação entre as pessoas”, disse a universitária. Enquanto ela desenhava, um grupo do movimento hare krishna usava o espaço para difundir seus costumes.

Entre uma aula e outra, o estudante de direito e ciência do estado Jonas Rajão, de 18, encontra merecida distração na praça, ao se sentar no banco para uma boa leitura. “É o local perfeito para descansar a cabeça. Mesmo com tanto carro, consigo me concentrar nos sons emitidos pelos passarinhos”, ressaltou. Os biólogos Pedro Guimarães de Azevedo, de 26, e Flávia de Melo, de 20, são namorados e, juntos, usam a Liberdade para a prática do ciclismo. “Frequento aqui desde criança. É um ambiente agradável, sem a presença de pedintes ou usuários de drogas”, disse Pedro.

Mas há quem reivindique o combate à poluição sonora e do ar, um banheiro público e a solução para a população de rua, que usa o coreto e os bancos. “A praça é muito boa e a conservação, irrepreensível, mas se não tivesse tanto trânsito seria melhor”, afirma o aposentado Élzio Costa, de 85, que há 30 anos caminha pelo lugar. O operador de caixa Eneilson do Carmo Silva, de 25, marca ponto todas as manhãs na área verde e acredita que quem peca são os frequentadores. “Aqui é 100%, mas muita gente pisa na grama e joga lixo no chão”, lamenta.

Que o diga o jardineiro Aristeu Mariotto, de 51, um dos 12 funcionários da praça contratados pela mineradora Vale para fazer a manutenção do espaço. “A gente está sempre de olho nos jardins. O problema é o vandalismo. Apesar das placas, o pessoal pisa mesmo nos canteiros”, afirma. Um dos guardas municipais que trabalham na Praça da Liberdade afirma que a situação piora quando a noite cai. “À noite, aqui é igual motel. É complicado, porque é escuro e cheio de árvore.”

Esportes, limpeza e área verde

Cercada pelos jardins projetados por Roberto Burle Marx, a Praça Carlos Chagas (da Assembleia) tem ampla área equipada com playground e pista para atividades físicas. O maior movimento de pessoas é em frente à portaria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, parte bem iluminada. No outro lado, onde fica a entrada da igreja Nossa Senhora de Fátima, há grande quantidade de árvores e a iluminação é precária.

Para os professores de educação física Elton Francisco Fonseca Silva e Alexandre Migueletto, ambos com 29 anos, a Praça da Assembleia, como é mais conhecida, é o melhor espaço público de Belo Horizonte para a prática de atividades físicas. “Apesar de ficar na área urbana, a temperatura é bastante agradável e é muito arborizada. Mesmo com trânsito intenso, não há tanto ruído e o ar é mais limpo do que na Praça da Liberdade, por exemplo”, avaliou Elton. Entre as modalidades que Alexandre oferece a seus alunos na praça está o slack line. “A pessoa anda em uma linha suspensa para treinar o equilíbrio”, explica.

A funcionária pública Júlia Moura, de 65, costuma ir à praça para prestigiar os eventos culturais e aproveita para levar a cachorrinha de estimação para passear. “Gosto muito daqui, pois a praça está sempre limpinha. Só precisa reforçar um pouco a segurança”. Os amigos Juvenal Pereira, de 55, Arlindo de Souza, de 28, Ricardo Barbosa, de 48, e Itamar Rodrigues, de 64, sempre se encontram na praça, depois do trabalho, para o carteado. “Precisam aproveitar mais o espaço para atividades culturais. De vez em quando acontece algum assalto na parte mais escura”, disse Juvenal.

Nascido em Olinda (PE), o professor aposentado Jorge Ronaldo Ramos, de 44, largou tudo e passou a perambular pelas ruas de BH. Há 25 anos ganha a vida tomando conta de carros próximo à Praça da Assembleia. “É a mais bonita da cidade. Vivo por aqui, onde fiz muitos amigos”, disse.

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