Está suspenso o polêmico projeto de transformar o Mercado Distrital do Cruzeiro, no bairro de mesmo nome, na Zona Sul de Belo Horizonte, em um grande centro comercial, com direito, inclusive a hotel de luxoO anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira, pelo secretário Municipal de Desenvolvimento da capital, Marcello Faulhaber, na véspera da anunciada Feliz Invasão do Mercado, que a recém-criada Associação dos Cidadãos do Bairro Cruzeiro (Amoreiro) promove neste sábado no espaço, entre 10h e 13h.
“Apesar de entender que o projeto resolveria dois grandes problemas da região – a crescente redução das atividades econômicas do mercado distrital e o problema do tráfego no seu entorno –, entendemos que há outras alternativasPor isso a suspensão do encaminhamento do projeto”, justificou Faulhaber, sem maiores detalhes da decisãoEle se mostrou satisfeito em saber da possibilidade das pessoas se divertirem com a manifestação agendada para o sábado, que deverá contar com a presença de grupos de maracatu, pernas de pau, palhaços e malabaristas, que prometem colorir e alegrar o atoMas é importante ressaltar que este não era um projeto da Prefeitura de Belo HorizonteAlém do apoio dos permissionários do mercado, contávamos também com o apoio da Associação dos Moradores do Anchieta (Amoran)”, ressaltou Faulhaber.
Segundo a presidente da Amoreiro, Patrícia Carixto, até que o secretário assine e carimbe sua fala, está mantida toda a programação de protesto contra a transformação do mercado em uma espécie de shopping center“Só acreditamos na declaração, depois de assinada e carimbada”, disse ela, que tem, pessoalmente, convocado a população dos bairros da Centro-Sul para o ato deste sábadoParalelamente, circula um abaixo-assinado contra o projeto, que já teria mais de 3 mil assinaturas No protesto, a Amoreiro promete distribuir o primeiro número do jornal da associação, com depoimentos dos cantores Samuel Rosa, do Skank, e Vander Lee, que seriam favoráveis à permanência do mercado no local.
Cultura local
Vizinho do mercado, o promotor de Justiça, Lucas Rolla, critica a falta de valorização do imóvel e do espaço comercial“Por todas as cidades por onde passo, me chamam a atenção os mercados