Desconfiados, e com receio de estarem sendo enganados pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), frenquentadores do Mercado Distrital do Cruzeiro, na Região Centro-Sul da capital, ocuparam o complexo na manhã deste sábado, com manifestações artísticas para chamar a atenção de autoridades para a importância da revitalização do espaçoNa sexta-feira, o polêmico projeto de transformar o local em um grande centro comercial, com a construção, inclusive, de um hotel de luxo, foi suspenso pela PBH, sob a alegação de que o órgão quer estudar melhor as alternativasEm partes, a decisão foi vista como a primeira vitória da comunidade e de comerciantes do localNeste sábado, eles fizeram o movimento Feliz Invasão do Mercado, para cobrar da prefeitura a revitalização do ambiente.
Há 36 anos como parte da história da capital, o Mercado do Cruzeiro, pelo projeto da prefeitura , orçado em R$ 200 milhões, daria lugar a dois hotéis, com 387 quartos, estacionamento para 1,9 mil veículos, área de eventos e cerca de 60 lojas, com espaço garantido para os atuais feirantesDesde que foi anunciada, a ideia mexe com as opiniões de quem conhece ou mora próximo ao lugarAnteontem, a prefeitura surpreendeu a todos, ao suspender o encaminhamento do projeto, sem dar muitos detalhes da decisão.
“Estamos desconfiados com tudo issoNão seria uma manobra para se fazer algo às escuras?”, questionou a presidente da Associação dos Cidadãos do Bairro Cruzeiro (Amoreiro), Patrícia Caristo, acrescentando que o jogo não está ganho“Só vamos parar com as manifestações quando tivermos certeza do que será feitoQueremos que a PBH revitalize o mercado e garanta aos feirantes os seus direitos”, aponta.
Enquanto a feira das Mercadoras da Arte, feita mensalmente há oito anos, ocorria dentro do mercado, a houve também o movimento Feliz Invasão do Mercado – grupos de maracatu, pernas de pau, palhaços e malabaristas, que, com auto-falantes, chamavam a clientela a participar do abaixo-assinado para ação pública contra a PBHA expetativa é reunir 5 mil assinaturas“A decisão da prefeitura nos deixa com o pé atrás, porque, sempre que ela decide por algo do mercado, volta atrás quando menos se espera”, comentou a coordenadora das Mercadoras da Arte, Nádia Perini.
Tiro no pé
Também circulou pelo mercado o anúncio da audiência pública sobre o futuro do lugar , no dia 17, na Assembleia Legislativa