Agentes da Polícia Federal aprenderam na noite desta quinta-feira 30 mil comprimidos de ecstasy com um jovem do Rio de Janeiro que desembarcou de voo procedente da Europa no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em nove dias, é a terceira grande apreensão do gênero no aeroporto, que está sendo usado como porta de entrada de drogas sintéticas europeias. Em seis meses, já são 15 casos. No dia 3, um homem de Florianópolis desembarcou com 33 mil comprimidos de ecstasy, além de um quilo de haxixe. Cinco dias depois, na noite do domingo, um rapaz da mesma cidade foi preso com 20 mil unidades de ecstasy, 15 pontos de LSD e dois quilos de skank.
O delegado João Geraldo Almeida, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal em Minas, disse que a prisão é fruto das apurações que a unidade policial vem realizando desde o segundo semestre do ano passado. Os agentes começaram a identificar alguns jovens de classe média que distribuíam a droga em grandes eventos de musica eletrônica, as chamadas raves. A partir da prisão de 13 envolvidos com o tráfico local de ecstasy, tiveram início as operações no Aeroporto de Confins.
Os dois acusados de tráfico presos anteriormente, um homem de 30 anos e um jovem de 26, naturais de Florianópolis, disseram ter pego os comprimidos em Bruxelas. Na noite da terça-feira, o olhar atento de uma supervisora de bagagens da Receita Federal, aliado a tecnologia e treinamento, resultou na descoberta dos milhares de comprimidos de ecstasy e do haxixe. O homem, de classe média, disse que receberia R$ 20 mil para trazer a droga, avaliada em R$ 1,5 milhão. No dia 8, o jovem universitário, embora tranquilo no desembarque, levantou suspeitas e sua bagagem foi monitorada no raio-x.
Raios-x modernos
O inspetor-chefe da Receita Federal de Belo Horizonte, Bernardo Costa Prates Santos, explica que a instalação de sete aparelhos de raios-x modernos – cinco fixos e dois móveis, a custo médio de R$ 200 mil cada um – e o treinamento recente de funcionários da instituição, tem ajudado na identificação dos traficantes. O delegado da Polícia Federal Bruno Zampier chama a atenção para o fato de as prisões não se darem apenas nos desembarques e lembra que em abril uma turista grega de 27 anos foi presa pela PF preparando-se para embarcar com cerca de 50 cápsulas de cocaína no estômago. Em janeiro, ocorreu a prisão de dois homens, de 25 e 50 anos, que desembarcaram em Belo Horizonte com 14.860 micropontos de LSD.