Suspeito de fraudar lacres de placas de veículos promete fornecer nomes

O Ministério Público começa hoje a ouvir despachantes suspeitos de envolvimento no desvio de lacres para placas de veículos na unidade Gameleira do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). Um deles, identificado como Marcelo, que tem audiência marcada para as 13h30 na Promotoria Criminal do Fórum Lafayette, promete relatar todas as irregularidades e dizer que além dele várias outras pessoas participam da fraude.

O despachante trabalha para uma concessionária de motos novas e consegue os dispositivos junto ao Detran-MG, mas foi descoberto quando pegou um lacre para o carro de um amigo. O lacre de segurança mantém a placa traseira do veículo presa à estrutura. A taxa de selagem custa R$ 37,08. Mas se o veículo tem modificações fora das especificações de fábrica, ou se for uma clonagem, a selagem pode custar ilegalmente R$ 1 mil ou mais fora do Detran. O chefe-adjunto do Detran, delegado Elcides Guimarães, confirmou que houve afastamento de policiais civis envolvidos no esquema e foi aberta sindicância administrativa, mas não revelou mais detalhes.

Segundo a coordenadora de administração de trânsito do Detran-MG, delegada Rafaela Gigliotti, a sindicância vai indicar a autoria do crime e definir as penas cabíveis. “O lacre tem numeração controlada e auditada por sistema e o Detran-MG é o idealizador, criador e precursor desse tipo de controle. E, diferentemente dos demais estados, pode se valer destes dados nas investigações”. Rafaela nega que o ex-chefe do Detran Gameleira, Luiz Cláudio Figueiredo, tivesse conhecimento do esquema e que não tomou providências. Segundo ela, um inquérito policial foi concluído e encaminhado à Justiça.