O que preocupa agora é a reunião do Conselho Deliberativo do Patrimônio Público Cultural de Belo Horizonte, prevista para quarta-feira, às 14hOs conselheiros vão votar justamente a proposta que a PBH anunciou ter canceladoPara que o projeto seja beneficiado pela lei municipal que concede incentivos a empreendimentos hoteleiros, culturais e na área de saúde no âmbito das demandas da Copa do Mundo de 2014, ele precisa ser protocolado até 31 de julhoOs moradores alegam que se a PBH desistiu formalmente do projeto, não há motivos para que o assunto seja alvo de um debate no conselho, e vão se mobilizar para acompanhar a votação.
As consequências da implementação do projeto do centro de compras para o Bairro do Cruzeiro e sua suspensão também serão alvo de debate amanhã, às 15h, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em uma audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor e do ContribuinteA audiência pública é mais um instrumento que as pessoas contrárias à transformação do centro de compras em um grande empreendimento vão usar para tentar conscientizar as autoridades municipais sobre a necessidade de revitalizar o local, mas sem mudar suas características.
Área de proteção Além da presença de representantes dos moradores, há questões referentes à proteção histórica e cultural da área onde o Mercado do Cruzeiro está localizadoMichele Arroyo, diretora de Patrimônio Municipal de Cultura, argumenta que, por se tratar de um imóvel que fica na área de proteção da Serra do Curral e abrange o Parque Amílcar Viana Martins, também tombado, o projeto precisa ser analisado pelo patrimônio históricoDe acordo com ela, antes de definir se os conselheiros aprovam a proposta é preciso definir qual será o nível de proteção do imóvel.
Ao anunciar a suspensão da iniciativa da PBH para o Mercado Distrital do Cruzeiro, o secretário municipal de Desenvolvimento da capital, Marcello Faulhaber, explicou que apesar de entender que o projeto resolveria dois grandes problemas da região – a crescente redução das atividades econômicas do mercado distrital e o problema do tráfego no seu entorno –, há outras alternativas para o local“Por isso a suspensão do encaminhamento do projeto”, ressaltou.
A presidente da Associação dos Cidadãos do Bairro Cruzeiro (Amoreiro), Patrícia Caristo, afirma que a comunidade local quer a preservação do mercado, e não sua demolição ou descaracterizaçãoEla informou que já foi protocolado um pedido de tombamento do Mercado Distrital do Cruzeiro, que precisa ser analisado antes de qualquer decisão da PBHDiz ainda que mais de 6 mil pessoas se manifestaram contra o projeto de transformação do mercado, em shopping center em um abaixo-assinado encaminhado à PBH