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Estado de Minas

Mudanças no Mercado do Cruzeiro ainda preocupam moradores


postado em 16/05/2011 07:10 / atualizado em 16/05/2011 07:14

Transformação do tradicional centro de compras da Região Centro- Sul da capital divide opiniões e já foi alvo de manifestações(foto: Alexandre Guzanshe/EM DA Press)
Transformação do tradicional centro de compras da Região Centro- Sul da capital divide opiniões e já foi alvo de manifestações (foto: Alexandre Guzanshe/EM DA Press)
Mesmo depois de a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) ter anunciado a suspensão do projeto que transformaria o Mercado Distrital do Cruzeiro, na Região Centro-Sul, em um empreendimento com hotel de luxo, lojas, restaurantes e quase 2 mil vagas de estacionamento, o assunto causa polêmica. Os moradores do Bairro Cruzeiro ainda desconfiam da posição da administração municipal e afirmam que a revitalização desse tradicional espaço, que faz parte da história da cidade, deve ser amplamente debatida com a população.

O que preocupa agora é a reunião do Conselho Deliberativo do Patrimônio Público Cultural de Belo Horizonte, prevista para quarta-feira, às 14h. Os conselheiros vão votar justamente a proposta que a PBH anunciou ter cancelado. Para que o projeto seja beneficiado pela lei municipal que concede incentivos a empreendimentos hoteleiros, culturais e na área de saúde no âmbito das demandas da Copa do Mundo de 2014, ele precisa ser protocolado até 31 de julho. Os moradores alegam que se a PBH desistiu formalmente do projeto, não há motivos para que o assunto seja alvo de um debate no conselho, e vão se mobilizar para acompanhar a votação.

As consequências da implementação do projeto do centro de compras para o Bairro do Cruzeiro e sua suspensão também serão alvo de debate amanhã, às 15h, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em uma audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte. A audiência pública é mais um instrumento que as pessoas contrárias à transformação do centro de compras em um grande empreendimento vão usar para tentar conscientizar as autoridades municipais sobre a necessidade de revitalizar o local, mas sem mudar suas características.

Área de proteção Além da presença de representantes dos moradores, há questões referentes à proteção histórica e cultural da área onde o Mercado do Cruzeiro está localizado. Michele Arroyo, diretora de Patrimônio Municipal de Cultura, argumenta que, por se tratar de um imóvel que fica na área de proteção da Serra do Curral e abrange o Parque Amílcar Viana Martins, também tombado, o projeto precisa ser analisado pelo patrimônio histórico. De acordo com ela, antes de definir se os conselheiros aprovam a proposta é preciso definir qual será o nível de proteção do imóvel.

Ao anunciar a suspensão da iniciativa da PBH para o Mercado Distrital do Cruzeiro, o secretário municipal de Desenvolvimento da capital, Marcello Faulhaber, explicou que apesar de entender que o projeto resolveria dois grandes problemas da região – a crescente redução das atividades econômicas do mercado distrital e o problema do tráfego no seu entorno –, há outras alternativas para o local. “Por isso a suspensão do encaminhamento do projeto”, ressaltou.

A presidente da Associação dos Cidadãos do Bairro Cruzeiro (Amoreiro), Patrícia Caristo, afirma que a comunidade local quer a preservação do mercado, e não sua demolição ou descaracterização. Ela informou que já foi protocolado um pedido de tombamento do Mercado Distrital do Cruzeiro, que precisa ser analisado antes de qualquer decisão da PBH. Diz ainda que mais de 6 mil pessoas se manifestaram contra o projeto de transformação do mercado, em shopping center em um abaixo-assinado encaminhado à PBH.


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