A expansão dos centros comerciais em regiões como a Pampulha, Barreiro e Venda Nova provocou a descentralização da população de rua de Belo Horizonte. Segundo a gerente de Promoção e Proteção Especial da Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social, Maria Bordin, nos últimos anos o problema deixou de ser observado apenas no Centro da cidade. "É comum observar muitos moradores de rua em outras regionais. Com o crescimento comercial, essas pessoas encontram muita movimentação e segurança, facilitando a sobrevivência. Podemos dizer que houve uma redistribuição dessa parcela da população nos últimos anos."
Outro ponto de aglomeração de moradores de rua na Pampulha é a Praça Santo Antônio, no Bairro Jaraguá. “Eles sempre pedem coisas para a gente. Os insultos são comuns no grupo, mas eles não procuram confusão com comerciantes e moradores. A prefeitura costuma vir e recolher todos os pertences dessas pessoas, que são levadas para abrigos, mas elas acabam voltando”, disse uma comerciante, que está na praça há 10 anos, mas não quis se identificar.
triagem Antes de ser encaminhados aos abrigos, moradores de rua passam pelos centros de referência. São duas unidades, uma para crianças e adolescentes e a outra para adultos, onde podem guardar pertences, tomar banho e participar de oficinas. A capital conta com quatro unidades para receber essa parcela da população. Duas são destinadas apenas a pernoite e totalizam 550 vagas. São quartos com cama ou beliches, banheiros com chuveiro quente, refeitório, lavanderia, sala com televisão e auditório. Há ainda duas repúblicas, uma feminina e a outra masculina, com 40 vagas cada, gerenciadas pelos próprios moradores, além do abrigo Pompeia, na Região Leste, com 26 unidades habitacionais com sala, cozinha, quarto e banheiro para cada família retirada das ruas.
Alta após Tratamento
Natural de Belém (PA), Zeílson Maciel dos Santos, de 29 anos, que já foi auxiliar de limpeza e servente de pedreiro, foi o primeiro dos oito moradores de rua envenenados a receber alta, nessa segunda-feira. Ele contou que o grupo acordou por volta das 6h30 de domingo e que um dos integrantes viu uma garrafa jogada na grama. “Éramos 10 pessoas, nove homens e uma mulher. Apenas dois não beberam. Não podíamos imaginar que alguém tinha colocado veneno”, disse Zeílson, que começou a passar mal 10 minutos depois. Além dele, dois moradores de rua tiveram alta hospitalar nessa segunda-feira. Os demais seguem internados em observação, mas sem risco de morte.