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Estado de Minas

Polícia Civil já tem suspeito de envenenar moradores de rua


postado em 17/05/2011 07:34

A Polícia Civil investiga se um morador do Bairro Santa Amélia, na Região da Pampulha, está envolvido nas tentativas de homicídio contra oito moradores de rua que tomaram cachaça envenenada com chumbinho (substância tóxica usada para matar ratos). O produto estava em uma garrafa encontrada na Praça Iron Marra. O inquérito foi aberto ontem pelo delegado Felipe Cordeiro, da 2ª Delegacia de Venda Nova. De acordo com ele, um homem que tem residência fixa no Santa Amélia, mas que costumava se reunir na praça com as vítimas “para tomar pinga e fumar crack”, esteve no local no momento em que o grupo passava mal. “Alguns moradores de rua não tomaram a cachaça. Um deles foi abordado por esse homem e questionado se havia ‘tomado o negócio’. Quem fez essa pergunta brigou com a pessoa questionada há seis meses”, afirmou o delegado, ao acrescentar que já houve tentativa anterior de envenenamento contra o mesmo grupo, com comida.

Segundo ele, o morador do Santa Amélia já foi identificado e é considerado suspeito. A principal linha de investigação aponta desavenças anteriores com as vítimas como motivação para o crime. Mas o delegado também vai investigar se comerciantes, outros moradores do bairro ou de rua estão por trás das tentativas de homicídio. “O autor ou autores do crime saíram daquele meio. É alguém da comunidade que teve a iniciativa de colocar na praça uma garrafa com cachaça envenenada”, ressalta. Felipe Cordeiro vai buscar junto a pastorais católicas informações sobre os envenenados e pessoas ligadas a eles.

Felipe Cordeiro também vai buscar imagens de circuito interno de segurança em imóveis próximo à praça. “Sabemos que não havia uma câmera apontando diretamente para o local onde a bebida foi deixada. Mas poderemos observar a movimentação de pessoas suspeitas nas ruas, de carro ou a pé”, disse. Ele também não descarta a relação entre o crime e o fato de comida envenenada com chumbinho ter sido deixada no mesmo local, há alguns meses. Na ocasião, os moradores de rua desconfiaram e não se alimentaram. “Se não foi o mesmo autor, o método foi muito parecido. Isso nos leva a crer que foi premeditado, pois todos sabem da letalidade do veneno”, afirmou.

Segundo Cordeiro, por se tratar de tentativa de homicídio qualificado, a pena prevista é de 12 a 30 anos de prisão. “A Justiça é que vai definir se as penas serão somadas, uma vez que houve oito vítimas.” Segundo o delegado, é aguardado o resultado da perícia na garrafa, que pode revelar impressões digitais que facilitem a identificação dos possíveis responsáveis pelo atentado.


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