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Estado de Minas

Ex-escrava mineira já havia pleiteado o título de mais velha do país


postado em 19/05/2011 06:00 / atualizado em 19/05/2011 07:07


De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há, no país, 23,7 mil pessoas com mais de 100 anos. Recentemente foi divulgado o nome de outra mulher, Sebastiana de Lourdes Silva, de Resende (RJ), que teria nascido, segundo o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), em 3 de maio de 1895, tendo completado, portanto, 116 anos, embora a equipe do Guinness não tenha registro de solicitação formal para verificação dos documentos oficiais da centenária fluminense.

O Brasil anda não obtivera sucesso nos pedidos de avaliação anteriores do Guiness. Antes de Maria Gomes Valentim conseguir a inclusão no Livro dos Recordes como a pessoa mais velha do mundo, outra mineira havia tentado o feito: Maria do Carmo Jerônimo, nascida em 5 de março de 1871, em Carmo de Minas, na Região Sul, e falecida em 14 de junho de 2000, em Itajubá, na mesma região. Filha de escravos, ela nasceu seis meses antes da Lei do Ventre Livre e só conseguiu a liberdade aos 17 anos, com a promulgação da Lei Áurea.

Em 1994, quando Maria do Carmo completou 123 anos, amigos e moradores de Itajubá iniciaram uma campanha para incluí-la no Guiness, mas a falta de documentos que comprovassem a data de nascimento impediu o reconhecimento. Ela, entretanto, foi incluída na edição nacional da obra e considerada a mulher mais velha do Brasil. Morou 58 anos com a família do historiador Armelin Bernardo Guimarães, neto do escritor Joaquim da Silva Bernardo Guimarães, autor de A escrava Isaura e se tornou uma personalidade nacional a partir da divulgação da sua história. Viajou de avião pela primeira vez aos 124 anos, foi condecorada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso com a medalha do centenário de Zumbi dos Palmares, conheceu o mar em 1997, recebeu visitas ilustres, como do cantor compositor Roberto Carlos e do rei Pelé e, três anos antes da sua morte, realizou o maior sonho da vida, ao receber das mãos de João Paulo II uma medalha, durante a visita do papa ao Rio de Janeiro (RJ).

Conforme o comunicado do Guiness em sua página na internet, dona Quita “come um pão inteiro a cada manhã, com café, além de frutas e leite com linhaça, sendo capaz de se alimentar sozinha e beber ocasionalmente um copo de vinho”. Nas palavras do editor-chefe do livro dos recordes, Craig Glenday, “trata-se de uma mulher que nasceu durante o reinado da rainha Vitória – antes de a Ford Motor Company ser formada ou antes mesmo de George e Ira Gershwin nascerem –, o que é notável. Mas essa mulher ser brasileira torna o fato ainda mais especial. Nunca uma reivindicação bem-sucedida para a longevidade emergiu do Brasil – até agora”. Editado pela primeira vez em 1955, o Guinness World Records é publicado em mais de 100 países e 25 idiomas.

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