Exames de laboratório do Instituto de Criminalística de Belo Horizonte confirmaram que a droga apreendida semana passada em Montes Claros, no Norte de Minas, não é oxi. De acordo com uma fonte da Polícia Civil, trata-se de crack. O ácido bórico usado na composição do crack dá uma tonalidade mais clara à droga. Como a venda desse produto químico é controlada, os traficantes estão usando substitutos que deixam o crack com uma tonalidade mais escura, parecido com o oxi, o que pode confundir até mesmo os especialistas em entorpecentes. De acordo com a Polícia Civil, não há registro de apreensão de oxi em Minas.
Quarta-feira à tarde, 64 pedras de uma droga semelhante ao oxi foram apreendidas pela PM na Rua Expedito Ribeiro da Silva, no Bairro Suzana, Região da Pampulha. O material também foi encaminhado ao Instituto de Criminalística para exames de laboratório. Segundo a Polícia Civil, a droga estava escondida em um lote vago e pertenceria a Maicon Vieira dos Santos Castro, de 18, que estava próximo e confessou ser o dono. O suspeito foi preso e levado para a Delegacia Regional Venda Nova.
O suspeito contou que adquiriu certa quantidade da droga na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, pagando R$ 300. Cada pedra custaria R$ 5 e ele assumiu que somente na quarta-feira vendeu parte do material por R$ 1 mil. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, não há previsão de quando esse exame do Instituto de Criminalística ficará pronto. A delegada Gislaine Oliveira, da 3ª Delegacia de Venda Nova, instaurou inquérito policial.
Ainda de acordo com o policial, o consumo frequente de oxi pode levar um terço dos usuários à morte em um ano de consumo, lembrando que a forma de consumo é a mesma que o crack, por inalação, usando cachimbos e maricas. “Na fabricação do oxi é aproveitado o ‘lixo’ da cocaína, que é merla, e adicionados produtos químicos como cal virgem, solução de bateria de automóvel, que tem ácido clorídrico, além de querosene, gasolina e outros derivados do petróleo para processar”, disse o policial.