A trajetória de sucesso e os olhos voltados para o profissional do futuro marcam o centenário da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A instituição completa hoje um século de caminhada, iniciada em 1911 na então Avenida do Comércio – hoje Santos Dumont –, com a atenção voltada para planos de renovação de disciplinas, investimentos em projetos de extensão e novas ferramentas tecnológicas.
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UFMG comemora centenário da Escola de Engenharia com festa duplaCurso de Engenharia da UFMG em sintonia com o mercadoCentenária, Escola de Engenharia da UFMG forma geraçõesEscola de Engenharia da UFMG quer voos mais altosEx-alunos seguem atuantes na Escola de Engenharia da UFMGFundação da Escola de Engenharia da UFMG é um marco na história de BHA administração da escola é formada por uma diretoria e 13 departamentos. Já a estrutura acadêmica, que foi iniciada há 100 anos apenas com o curso de engenharia civil, é constituída hoje por 11 cursos de graduação, diurnos e noturnos, 10 programas de pós-graduação e 11 cursos de especialização. O ensino, as pesquisas científicas e tecnológicas e os cursos de extensão operados de forma integrada ao longo dos últimos anos deram à escola reconhecimento nacional e internacional.
Hoje, a engenharia é reconhecida com suas pesquisas de ponta em áreas como a aeroespacial, biodiesel, engenharia de produção, sanitária, ambiental e construção civil. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) classifica os cursos de pós-graduação com pontuação de 1 a 5. Os cursos com padrões internacionais ganham pontuação de 6 a 7. Dos 10 programas de pós da Escola de Engenharia, a metalúrgica e minas tem pontuação máxima, de 7, a de engenharia elétrica tem pontuação 6 e a de saneamento, meio ambiente e recursos hídricos, pontuação 6. Para avaliar os cursos, a Capes analisa as produções científicas e repercussão dos pesquisadores em nível internacional.
Desafios
Os novos métodos de gestão na área de ensino são hoje o grande desafio da escola. “As novas ferramentas tecnológicas estão desafiando os padrões de ensino. Vamos passar a avaliar todas as fórmulas e não só as presenciais”, afirma Benjamim Rodrigues de Menezes, diretor da Escola de Engenharia.
A escola iniciou há 10 anos um processo de renovação do currículo, com maior flexibilização e inclusão de novas áreas do conhecimento, como tecnologia da informação. “A ideia é mudar um pouco a forma de ensinar. No lugar de centrar no professor, pretendemos focar mais nas habilidades dos alunos”, explica Alessandro Fernandes Moreira, vice-diretor da escola.
Algumas disciplinas profissionais também passaram a ser introduzidas no ciclo básico do curso de engenharia, que é cursado no Instituto de Ciências Exatas da UFMG e antes tinha o foco apenas nas matérias de química, física, matemática, estatística e computação. “Isso era uma das causas da evasão de alunos. Hoje, eles já têm contato com a engenharia desde o primeiro período. Tentamos entrelaçar o ciclo básico com o profissional”, afirma Menezes.
O engenheiro da atualidade, na visão da direção da escola, é visto como aquele profissional com conhecimento técnico, espírito empreendedor, aptidão para realizar a inovação tecnológica e com responsabilidade social e ambiental. “Não formamos engenheiros para entrar imediatamente no mercado, mas para ter uma vida profissional mais longa. Se ele é formado só para os dias de hoje, as mudanças tecnológicas são tão grandes que eles não conseguem acompanhar”, resume Menezes.
Em três tempos
Ao longo de 100 anos, a Escola de Engenharia ocupou três endereços. A primeira sede foi na Avenida do Comércio, atual Santos Dumont. Em 1952, a Congregação da Escola de Engenharia aprovou projeto para a construção de uma sede na Rua Espírito Santo, também na região central de Belo Horizonte. Em 1959, foi inaugurado o Edifício Arthur Guimarães. Já em 1998, o Projeto Campus 2000 estabeleceu a construção, ampliação e reforma de sete unidades da UFMG. Entre elas estava a edificação do prédio da Escola de Engenharia no câmpus Pampulha. Em 2004, a nova e atual sede começou a ser erguida e, em 2010, finalizou-se o processo de transferência da Escola de Engenharia para o câmpus. O novo edifício conta com cinco blocos: dois administrativos e acadêmicos, dois blocos de sala de aula e um conjunto grande de laboratórios. O Edifício Arthur Guimarães, na Espírito Santo, foi vendido para o Tribunal Regional do Trabalho (TRT).