Projetos e pesquisas desenvolvidas na Escola de Engenharia garantiram ao curso prêmios e reconhecimentos de entidades nacionais e internacionais. Em dezembro do ano passado, a Fédération Aéronautique Internationale (FAI), entidade com sede na Suíça e que homologa os registros em aviação, reconheceu o avião de corrida CEA-308 como o mais rápido do mundo. O avião, desenvolvido pelo Centro de Estudos Aeronáuticos da UFMG (CEA-UFMG), bateu quatro recordes mundiais em aeronáutica.
Criado em 1963, o CEA já recebeu diversos prêmios, nacionais e internacionais, pelos seus projetos. O centro também desenvolve protótipos de acrobacias, aviões autônomos, peças como turbinas eólicas e o projeto do avião facilitado, cujo objetivo é popularizar a condução de aeronaves.
Túnel de vento
A UFMG finaliza em breve a construção do Laboratório de Aerodinâmica, onde será instalado o túnel do vento, projetado e desenvolvido no CEA. O túnel tem o objetivo de apoiar pesquisas sobre voos. Por ele, passa a corrente de ar controlada que permite o estudo da aerodinâmica dos modelos de avião. Atualmente, a UFMG é, ao lado do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e da USP em São Carlos, uma das principais universidades no Brasil aptas a formar engenheiros em aeronáutica. O curso foi criado em 1976, com uma ênfase da engenharia mecânica. Em 2009 foi transformado em curso pleno.
Segundo Iscold, cerca de 40% do quadro de engenheiros aeronáuticos da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) são formados na instituição. Em outubro de 2007, o CEA desenvolveu o primeiro avião de acrobacia ilimitada (capaz de fazer manobras ousadas, como piruetas, loopings e rasantes) projetado e construído no Brasil, a aeronave CEA-309 Mehari. O projeto contou com US$ 300 mil de investimento.
O Mehari foi projetado para executar manobras complexas a 430km/h. Uma das principais metas do projeto foi reduzir o custo operacional. Isso foi possível com o uso de motor de quatro cilindros no lugar de seis. Além disso, a estrutura de fibra de carbono da aeronave, normalmente usada para esse tipo de avião, foi substituída por outros materiais como aço cormolibdênio e madeira frejó, o que ajudou a reduzir custos.