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Estado de Minas

Lojistas já criticam interdição da Avenida Getúlio Vargas para obras


postado em 25/05/2011 07:19

O que já está difícil poderá ficar ainda pior. A partir de terça-feira, a Avenida Getúlio Vargas, na Praça Diogo de Vasconcelos (Savassi), na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, terá dois trechos interditados na pista que leva ao Bairro Serra: entre a Rua Alagoas e a Avenida Cristóvão Colombo e entre a Cristóvão Colombo e a Rua Tomé de Souza. De acordo com a BHTrans, haverá um desvio para quem estiver na Avenida do Contorno, vindo do Bairro Santo Antônio, sendo obrigatório o motorista passar pelas ruas Fernandes Tourinho e Paraíba (veja mapa) a fim de atingir novamente a Getúlio Vargas. Testes serão feitos no sábado, a partir das 14h, no domingo (o dia inteiro), com “vida normal” na segunda-feira, disse, ontem, o secretário municipal de Obras, Murilo Valadares. “Na terça-feira, é para valer, com a interdição durante cinco meses”, afirmou. O transporte coletivo também sofrerá alterações.

A interdição dos dois trechos da Getúlio Vargas, para serviços de drenagem profunda e posterior pavimentação, numa extensão de 300 metros, integra o projeto de requalificação urbana da Praça da Savassi – que tem valor total de R$ 10,4 milhões e inclui a Avenida Cristóvão Colombo e quatro quarteirões, já com intervenções. O diretor de Operações da BHTrans, Edson Amorim, admite problemas no trânsito e lembra que haverá um sinal, de dois tempos, para pedestres, na esquina da Rua Fernandes Tourinho e Cristóvão Colombo. Também na Fernandes Tourinho, entre Rua Pernambuco e Cristóvão Colombo, o estacionamento rotativo será suspenso.

Quem não está nada satisfeito com as mudanças no trânsito são os comerciantes, que se queixam da perda de movimento, da poeira e da temporada de transtornos que vai durar 150 dias. “A situação está caótica na região e penso que, de terça-feira em diante, o trânsito vai parar. Desde que começaram as obras, estou trabalhando mais com entrega (delivery), pois os clientes estão fugindo”, disse o administrador de uma farmácia dermatológica na Fernandes Tourinho, José Antônio Andrade, que, mesmo com problemas na porta da loja, não perde o bom humor: “Estou lançando um produto capilar e creio que será sucesso certo, pois os motoristas vão arrancar os cabelos com a confusão na Savassi.” Em julho, a prefeitura deverá anunciar intervenções em outros trechos da região. “Tomara que todo o esforço que nós, empresários, estamos fazendo, tenha um retorno satisfatório”, ressaltou Andrade.

A gerente de vendas Ana Flores Nunes de uma ótica da Getúlio Vargas também se diz preocupada com a perda de clientes. “Com as obras na frente da loja, o movimento, que está reduzido, vai piorar. Além disso, temos que enfrentar a poeira gerada.” Há sete anos num ponto da avenida, no local a ser interditado, o taxista Carlos Rogério Vieira Cordeiro, de 58 anos, e 34 de profissão, também está apreensivo. “Se tudo vai melhorar na Savassi, temos que esperar para ver. Mas, por enquanto, o quadro é vergonhoso, pois há muito movimento e obras nos quatro cantos.” O taxista criticou as faixas aéreas de orientação colocadas pela prefeitura, “pois muitas complicam mais do que explicam as mudanças”. Na Rua Fernandes Tourinho, por exemplo, a faixa indicando o Bairro Serra está no sentido inverso.

7 mil carros por hora na região

De acordo com informações da BHTrans, a Savassi recebe um trânsito pesado de 7 mil veículos por hora e 80 mil por dia. Os números estão na boca do povo – assim como as dúvidas. Na tarde de ontem, depois de explicar as alterações na Secretaria Municipal de Obras/Sudecap, o gerente da BHTrans Edson Amorim conferiu in loco os trechos onde haverá modificações no trânsito. E deu explicações a quem lhe pediu. O barbeiro Antônio Pereira da Silva Neto, de 18, morador do Barreiro, se preocupa com o estacionamento rotativo e teme por um nó geral na circulação dos carros, com sérios gargalos. “Muitos dos nossos clientes param aqui na Fernandes Tourinho e temos medo de que eles não venham mais ao nosso salão”. Amorim explicou que o rotativo ficará suspenso apenas no trecho entre as ruas Pernambuco e Paraíba, para maior tranquilidade do rapaz.

O secretário Murilo Valadares está entusiasmado com o projeto de requalificação da Savassi, que terá um tratamento diferenciado, com quatro fontes nas esquinas, alargamento de travessias, novo desenho de piso no cruzamento (intertravado) e extensão da praça nos calçadões. A verba para a revitalização é fruto de operação urbana para a ampliação do Shopping Pátio Savassi, localizado a um quarteirão da praça. Em troca de R$ 7,58 milhões e de exigências como alterações nas entradas das garagens, a prefeitura autorizou o centro comercial a ampliar suas instalações. O restante do investimento é da prefeitura.

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