Segundo o advogado Abelardo Mota, que representou as companheiras, é a primeira vez na história de Minas Gerais que um casal em união homoafetiva consegue adotar uma criança“A singularidade do caso foi ressaltada pelo relator do processoIsso comprova que o direito vem caminhando com a sociedade no que diz respeito à evolução das relações interpessoaisÉ sem dúvida um grande avanço”, comentou.
A decisão trouxe ao mesmo tempo angústia e emoção para as duas mãesA analista, que vive com a advogada há 12 anos, conta que nunca havia cogitado criar um filho, mas, quando ficou sabendo de um recém-nascido que estava disponível para adoção, não pensou duas vezes“Ele nasceu no Dia das Crianças, 12 de outubro de 2008, e 24 horas depois a gente ficou sabendo que poderia ser adotadoEntramos com o pedido, mesmo sem conhecê-loFoi um processo de dois anos e meio, mas valeu a pena”, ressalta.
Desde bebê, o menino passou a conviver com a nova família, e a nova mãe acredita que esse fator foi levado em conta pelos desembargadores“A decisão mostrou uma evolução do Judiciário e visou ao bem-estar da criança, que é o principal nessa questão
Ela também ressaltou os argumentos do relator do processo“Ele lembrou que, quando começou sua carreira jurídica, há 30 anos, certamente sua decisão seria outraMas hoje, com tudo o que anda acontecendo, não poderia tomar melhor atitude do que a que foi tomadaFoi uma vitória e uma euforia muito grandeNunca desistimos e não imaginamos nossa vida sem essa criançaEle está conosco praticamente desde que nasceu e ficará eternamente”, comemorou.
Agora, o casal aguarda a decisão ser publicada no Diário do Judiciário para poder registrar a criança“Vamos ter um fenômeno jurídico na certidão de nascimento do menino, que é a dupla maternidade, pois vai constar o nome das duas no registroMas ainda temos que esperar o prazo da publicação para que isso possa se concretizar”, disse o advogado Abelardo Mota