Jornal Estado de Minas

Cortejo junino abre o Arraial de Belô

Humberto Siqueira

A alegria dos dançarinos de quadrilha contagiou a quem foi assistir ao cortejo que foi do Parque Municipal à Praça da Estação - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D. A Press



No ritmo da sanfona e muita dança grupos juninos fizeram um cortejo neste sábado de manhã saindo do Parque Municipal até a Praça da Estação, abrindo as festividades do Arraial de Belô, que promete muita canjica e diversão até 10 de julho, quando acontece a grande festa final de premiação dos grupos, com expectativa da presença de 45 mil pessoasCerca de 600 participantes de 20 grupos de quadrilha seguiram os noivos nas carroças enfeitadas, com direito a muitos aplausos durante o trajeto.

Adília Pereira de Almeida, aposentada de 75 anos, não se deixou inibir e ensaiou alguns passos“Bateu uma saudade da época em que também dançavaA gente não tinha tanta produçãoEra uma coisa mais jecaCom trapos pregados na roupaFazíamos de tudo para ficar fora de modaOs homens não caprichavam tanto no nó da gravata e ainda a jogavam para trás”, lembra“Palha e sabugo de milho ajudavam na decoração das festasE a música tinha um ritmo um pouco mais lentoMas não quer dizer que era melhor nem pior, só diferente
Estou achando super bacana esse desfile”, completa.

Rafael Eduardo, de 22, coreógrafo, bailarino e dançarino do grupo Feijão Queimado, que em 2010 conquistou o Arraial de Belô pela nona vez, diz que o segredo é muita pesquisa“Temos três tipos de quadrilhaA caipira, que é a tradicional de Minas, a estilizada, do Nordeste e a arriuna, do Centro-OesteSempre estudamos sobre as raízes da dança caipira para, mesmo ao inovar e buscar o diferencial, não perder o vínculo com as origens”, revelou.

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No grupo sabarense, Nova Geração, campeão estadual em 2010, o privilégio de ser a noiva, nos últimos quatro anos, coube à técnica de enfermagem Luciana Alves Madureira, de 27“Todos os anos temos eleiçõesConta muito a identificação com o grupoMas me sinto uma dançarina como todas as outras, estamos aqui para dançar quadrilha, independentemente da premiação”, garante.

ARRASTA PÉ

Ana Paula Azevedo, diretora de promoção turística da Belotur, diz que o cortejo é um dos eventos mais importantes do calendário de Belo Horizonte“Acontece desde 1979Já é uma tradição da capital”, dizCada um dos 39 grupos inscritos recebeu uma subvenção de R$ 2,5 mil como ajuda de custo para produzir as roupas, comprar os enfeites e participar

Não podemos deixar essa alegria acabarAté porque envolve a cidade toda, com quadrilhas de todas as nove regionais”, revela.
A partir de agora, haverá festa nos fins de semana em todas as regionais até a grande final, de 8 a 10 de julhoNesta época, as quadrilhas competem entre si e ganham premiaçõesNo grupo A, as quatro primeiras colocadas recebem respectivamente R$ 12 mil, R$ 10 mil, R$ 8 mil e R$ 6 milNa categoria de acesso, os prêmios para as quatro primeiras vão de R$ 4 mil a R$ 10 mil, além da ascensão à eliteQuem quiser, pode conferir a programação das festas juninas do Arraial de Belô pelo site www.belotur.com.br