Jornal Estado de Minas

Pedalada musical comemora Dia Mundial do Meio Ambiente em BH

Flávia Ayer
Para o Grupo Ciclophonica fazer música e se equilibrar fazem parte da diversão sem perder a afinação - Foto: CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS


Meio de transporte, equipamento para lazer e instrumento musicalNa tarde de sábado, a bicicleta comprovou que é capaz de unir todos esses atributos e ainda ser amiga da naturezaNa véspera do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado hoje, o evento Pedalada Musical BH 2011, na Praça da Liberdade, elegeu a bicicleta como mascote e convidou centenas de ciclistas a mostrar que a terra de montanhas combina, sim, com o veículo de duas rodasO encontro também foi palco da inusitada Ciclophonica Orquestra de Câmara de Bicicletas, grupo carioca formado por músicos ciclistas.

Para essa turma, além de meio de transporte, a bicicleta é suporte para experimentos sonorosSobre duas rodas , eles tocam p ercussão, flautas, escaletas e até a bike vira instrumento musical“Tudo começou há 11 anosResolvemos fazer testes com a música em movimento e a bicicleta é o mais silencioso dos transportesMas, além de ser um grande suporte, ela também pode emitir uma enormidade de sons”, explica o diretor da orquestra, o músico Leo FuksNa tarde de ontem, a Ciclophonica preparou repertório especial que foi de estrelas da MPB, como o Clube da Esquina e Tim Maia, a clássicos como o Bolero de Ravel.

A orquestra deu a largada para o percurso de seis quilômetros percorridos por centenas de participantesOs ciclistas passaram pela Avenida Brasil, Praça Floriano Peixoto, Avenida do Contorno, Getúlio Vargas, depois da Cristóvão Colombo até retornar ao ponto de partidaO músico Antonino José Coutinho, de 27 anos exibiu um modelo reclinado confeccionado em bambu
“É mais resistente do que a de açoVou trabalhar todos os dias com ela”, garante o morador de Itabira, na Região Central.

Segundo Fred Sampaio, coordenador do evento, que teve ontem sua primeira edição, a pedalada serviu para derrubar o mito de que bicicleta e a montanhosa Belo Horizonte não combinam“Estimulamos as pessoas a trocar o veículo motorizado pela bike”, explicaMuita gente já fez essa escolhaHá 10 anos, o analista de sistemas Humberto Guerra, de 43, vendeu o carro e transformou a magrela em meio de transporte“Morro não é o problema, bicicleta também tem marchaE quem se locomove de bicicleta não precisa de academia”, afirma o ciclista.

As amigas do grupo Pedal de Salto Alto também optaram pela bike“Não tenho carro mais e só ando de bicicletaTenho quatro”, afirma uma das integrantes do grupo, a psicóloga Simoni Rodrigues Alves, de 44, que há apenas um ano se apaixonou pelo veículo“Num passeio em Paris, descobri essa paixão
Só tinha andado de bike na infância”, contaA bicicleta também já faz parte do cotidiano de Beatriz Collet, de 2“Começamos a andar na Serra do Cipó e, aqui em BH, é uma forma de fazer programas diferentes de cinema e shopping”, conta a mãe, Simone

Plano de expansão

Belo Horizonte tem 22 km de ciclovias, mas a prefeitura planeja aumentar esse número para 365A previsão é de implantação das rotas Savassi, Avenida Américo Vespúcio, Nordeste (ligação da ciclovia da Avenida Saramenha à Estação São Gabriel pela Avenida Risoleta Neves), Norte (ligação da ciclovia da Avenida Vilarinho à futura Estação Pampulha), Leste (liga a Região Leste à rota da Savassi pela Avenida dos Andradas) e Estação Barreiro.

DICAS PARA PEDALAR EM BH


- Usar capacete
- Sinalizar as conversões com o braço
- Vestir roupas claras à noite e instalar luzes na bicicleta
- Manter sempre atenção
- Andar sempre do lado direito das vias