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Estado de Minas

Motorista inabilitado que feriu menino de 11 anos está sob investigação


postado em 14/06/2011 07:00

A Delegacia Especializada em Acidentes de Veículos (Deav) enviou intimações a parentes de Tales Alexandre de Souza, de 11 anos, e Samuel Adiel Oliveira, de 8, atropelados no domingo, em dois acidentes na Região Norte de Belo Horizonte, para instruir a abertura de inquéritos sobre os casos. Segundo a Polícia Civil, a investigação depende de representações das famílias dos garotos, que estão internados em estado grave no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS). Os condutores envolvidos deverão responder por lesão corporal, com pena que varia de três meses a um ano de detenção. O marceneiro Marco Lúcio de Jesus, de 44, que atropelou Tales, poderá ter a punição agravada por dirigir sem carteira de habilitação, com sintomas de ter consumido álcool e por omitir socorro.

Marco Lúcio disse à Polícia Militar que dirigia a caminhonete A10 placa GNM 6093 na faixa da esquerda da Avenida Cristiano Machado, sentido Centro/bairro, quando Tales entrou na frente do veículo, correndo atrás de uma pipa. Testemunhas confirmaram a versão do motorista, que estava acompanhado da mulher grávida. O acidente ocorreu às 17h de domingo, na altura do número 8.000 da via, na Vila Primeiro de Maio. No Boletim de Ocorrência 1205334, militares da 18ª Companhia da PM registraram que o marceneiro fugiu do local e foi abordado mais à frente (no número 9.334) por uma viatura do 13º Batalhão.

Na abordagem, segundo a 18ª Companhia, ficou constatado que o motorista não tem carteira de habilitação e estava com hálito etílico forte, sinal de consumo de bebida alcoólica. Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro. O Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) foi recolhido e a caminhonete, rebocada. Marco Lúcio foi levado para prestar depoimento no Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) e liberado.

No outro boletim registrado pela 18ª Companhia, de número 1205243, o policial civil Pedro Pereira de Freitas, de 52, afirmou que dirigia o Fiat Uno cinza placa HMG 3132, que pertence à corporação, pela faixa da esquerda da Avenida Saramenha, no Bairro Floramar, sentido Centro, por volta das 15h40 de domingo. No número 83 da via, um adolescente atravessou na frente do veículo atrás de uma bola de futebol. Segundo o policial, Samuel também tentou atravessar, mas foi atingido pela lateral esquerda do Uno, sem que o condutor do veículo pudesse desviar ou frear. O carro foi liberado para a Polícia Civil.

Orientações

Projetos educativos desenvolvidos por órgãos de trânsito tentam orientar crianças e adolescentes, de 4 a 12 anos, sobre os riscos que enfrentam diariamente nas vias cada vez mais movimentadas de cidade como Belo Horizonte. Desde 1984, o Batalhão de Trânsito da PM (BPTran) dá palestras e aulas práticas na Transitolândia. Mais de 1,2 milhão de estudantes de escolas públicas e particulares já passaram pela unidade, no Bairro Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte, onde foi construída uma minicidade com ruas, praças, semáforos, passarelas e faixas de pedestres. Por ano, 60 mil menores, de 8 a 14 anos, recebem dicas semelhantes nos programas Transitando Legal e Caravana, criados pela BHTrans.

As aulas na Transitolândia começam com uma palestra sobre regras de trânsito, com orientações sobre como atravessar a rua de forma correta e outras medidas de segurança. A assessoria do BPTran ressalta que também são abordados temas como cidadania, direitos humanos e meio ambiente. Crianças e adolescentes dão voltas de bicicletas nas pistas da cidade fictícia, enquanto outros simulam ser pedestres. Ao final, todos recebem minicarteiras de habilitação, simbolizando o aprendizado.

De segunda a sexta-feira, duas turmas de 60 menores cada, de escolas interessadas, passam pela Transitolândia, em aulas que duram de uma hora e meia a duas horas. Militares são treinados para se comunicar por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras) com portadores de deficiência auditiva. Aos sábados, o programa é aberto ao público adulto, inclusive da terceira idade, a partir das 12h. As visitas devem ser previamente agendadas.

O gerente de Educação da BHTrans, César Teixeira Lopes, destaca que o trabalho feito pela empresa que gerencia o trânsito da capital é dividido em dois eixos. “Para as crianças menores, o Transitando Legal oferece atrações circenses sobre a atenção nas vias públicas na hora de atravessar a rua e temas semelhantes. Para os meninos de 10 a 14 anos, vamos até as escolas com a Caravana”, disse. Crianças e adolescentes são orientados também sobre o risco de soltar papagaio em vias públicas.

O BPTran e a BHTrans também fazem panfletagens nas portas de escolas no início do ano letivo e depois do recesso do meio de ano. “Trabalhamos também com palestras para os pais, sobre condutas de segurança no trânsito”, afirmou Célio Lopes.

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