Com mais de um ano de atraso, começam a operar nesta quarta-feira em Belo Horizonte radares que fiscalizam invasores de faixas exclusivas de ônibus. Inicialmente, vão funcionar cinco dos 12 aparelhos previstos para a capital, devendo o restante ser instalado nos corredores do BRT (Bus Rapid Transit, sigla em inglês). Quatro deles estão instalados na Avenida Nossa Senhora do Carmo e o outro na Avenida Antônio Carlos. Nestes locais, a BHTrans distribui folhetos e fixa faixas de pano para orientar motoristas sobre o funcionamento dos equipamentos.
Instalados no mês passado, os cinco radares foram aferidos pelo Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-MG). A homologação dos aparelhos e os locais de funcionamento foram publicados nessa terça-feira no Diário Oficial do Município (DOM). De acordo com a BHTrans, a operação começa nesta quarta-feira, restando apenas a definição de detalhes relacionados à publicidade dos aparelhos, pois, como nunca funcionaram na cidade, é preciso que os motoristas tenham familiaridade com o equipamento.
A operação dos radares é uma forma de os motoristas respeitarem a faixa criada especialmente para o transporte público. Os aparelhos são capazes de identificar, por meio do tamanho e do peso do veículo, se se trata de um carro, ônibus ou caminhão e, se ficar constatado um tipo de veículo proibido na faixa destinada aos coletivos, é feita uma fotografia instantaneamente. Como há carros que podem usar da faixa, como viaturas e ambulâncias, um software descarta a imagem no momento de processar a infração.
A falta de fiscalização nestes corredores exclusivos era o principal entrave para o funcionamento das vias rápidas dos ônibus em BH. No Rio de Janeiro, a criação de faixas exclusivas nas duas principais avenidas de Copacabana (Nossa Senhora de Copacabana e Barata Ribeiro) – sistema denominado BRS (Bus Rapid Service, sigla em inglês), numa analogia ao BRT –, apoiada na fiscalização ostensiva, possibilitou maior fluxo no tráfego de táxis e ônibus, tornando-se exemplo para outras cidades brasileiras.
Em BH, apesar de as faixas exclusivas terem sido criadas na década de 1990, a falta de fiscalização resulta em desrespeito e o sistema torna-se improdutivo. Na Avenida Nossa Senhora do Carmo, o corredor exclusivo, criado em julho de 2009, não é delimitado por barreiras, como nas avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado, e somente os agentes de trânsito fazem a fiscalização. A multa por circulação em pista exclusiva de ônibus é de R$ 53, além de o motorista perder três pontos na carteira de habilitação.