Donos de casas noturnas de Belo Horizonte já se posicionaram contra o Projeto de Lei 839/09, de autoria do vereador Paulinho Motorista (PSL), que prevê a mudança de um hábito antigo nesses ambientes: o uso de garrafas de vidro para venda de bebidas
O projeto já foi aprovado em 2º turno na Câmara Municipal e aguarda sanção do prefeito Marcio Lacerda (PSB)“Contamos com o bom senso do Executivo para vetar esse projetoJá pedimos uma reunião com o secretário de Governo, Geraldo Valadão, e não queremos nem pensar na possibilidade de entrar com uma ação de inconstitucionalidade”, afirma Pedrosa
A perda de receita nos estabelecimentos, segundo o presidente, será provocada pela queda de pelo menos 30% nas vendas“São casas que fazem altos investimentos para cumprir regras de regulação urbana, de prevenção a incêndios, contratam segurança particular e gastam em decoração como diferencialMas com essa medida vão acabar tendo prejuízoComo você vai servir um cliente que compra uma garrada de bebida, como uisque, espumante ou vinho? Em copos de plásticos?”, questiona
Para Paulo César Pedrosa, não cabe ao Legislativo a decisão de como servir seus produtos aos clientes“Isso deve ficar a cargo do empreendedor”, defende
Apesar de classificar as casas noturnas como estabelecimentos que cobram entrada ao público e que sejam destinados à apresentação de shows artísticos e eventos desportivos, o presidente do sindicato afirma que o texto poderá confundir até mesmo a categoria“O projeto não esclarece se a proibição é válida também para locais que cobram couvert artístico ou consumação mínima.”
Fama
Como justificativa para elaboração da proposta, o vereador cita a preocupação com a violência nos estabelecimentos e a garantia da integridade física dos frequentadoresMas, para Pedrosa, o argumento não se sustenta“Estamos falando de uma cidade que faz sucesso pela fama dos bares e casas noturnas e não de um lugar conhecido pela violênciaO projeto é contraditórioIsso repercute malCria uma imagem que a cidade não tem”, referindo-se aos 12 mil pontos comerciais que dão a BH o nome de Capital dos BotecosSegundo ele, os casos de violência já registrados ocorrem fora dos ambientes citados no projeto “Ele está usando casos isolados para punir todo o setor”, afirmaPara ele, o assunto é de competência dos órgãos de segurança e não do Legislativo.