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Estado de Minas

População faz apelo por menos transtorno na Savassi


postado em 17/06/2011 06:00 / atualizado em 17/06/2011 06:14

Pedestres dividem espaço com máquinas pesadas. Comerciantes estão preocupados com queda nas vendas(foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)
Pedestres dividem espaço com máquinas pesadas. Comerciantes estão preocupados com queda nas vendas (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)

 

Dia de protestos contra os reflexos das obras na praça da Savassi. Um grupo de moradores e comerciantes da região se reúne em audiência pública com vereadores e representantes da Prefeitura de BH para debater os transtornos que vêm enfrentado com as intervenções para revitalização do espaço. A equipe do Estado de Minas se antecipou à discussão e, ao acompanhar uma tarde nos quatro principais quarteirões onde operários trabalham, ouviu as reivindicações da população e buscou respostas do poder público sobre a polêmica.

Falta de planejamento dos trabalhos, ausência de áreas para travessia de pedestres, número reduzido de operários, poeira e barulho fazem parte da extensa lista de reclamações da comunidade desde que começaram os trabalhos, há quase três meses. Na audiência pública desta sexta-feira, empresários também vão cobrar providências para evitar prejuízos ainda maiores para o comércio da região. “Só minha loja teve uma queda de 80% de clientes. O belo-horizontino adora ficar na rua e na praça, mas, com essa poeira toda, não tem a menor condição. Um comércio que tem uma redução grande nas vendas não tem como manter seus funcionários. Essa obra está afetando muito a vida de todos os que trabalham, moram e frequentam a Savassi”, lamenta Fábio Campos, dono do Café da Travessa, onde ocorre a reunião desta noite, às 19h.

Quem circula pela Savassi e se aventura entre tratores e caminhões também reclama da falta de organização do canteiro de obras. “Fecharam dois quarteirões da Avenida Getúlio Vargas e um deles não tem espaço para travessia de pedestres. Somos obrigados a arriscar a vida para cruzar a rua”, diz o funcionário público Elci Augusto de Matos, de 43 anos. Morador da região há 14 anos, o engenheiro Elvis Fredi Motta, de 50, também tem uma longa lista de queixas. “Quebraram todos os quarteirões ao mesmo tempo, mas há poucos operários trabalhando e nada é concluído. A falta de planejamento é o pior problema.”

Apesar dos transtornos evidentes da obra, o Conselho Regional CDL Savassi reforça a importância da revitalização e demonstra confiança em futuras providências da prefeitura para diminuir os transtornos. “Somos 100% favoráveis à requalificação e reconhecemos seus benefícios. Estamos cobrando apenas mais organização e planejamento, um número maior de funcionários trabalhando e menos poeira, que são problemas solucionáveis. Tivemos uma reunião no início da semana com o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Murilo Valadares, e ele nos fez a promessa de que vai atender esse pleito”, disse o diretor do CDL Savassi, Alessandro Runcini. A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura informou que, na última semana deste mês, serão apresentadas respostas para as reivindicações da comunidade.

 

Queixa
Falta de planejamento e de avisos com antecedência

Argumento
“O planejamento da obra de requalificação da praça da Savassi foi feito em parceria com os moradores e comerciantes locais. O projeto, fruto de operação urbana para expansão do Shopping Pátio Savassi, foi construído ao longo de dois anos e, na sua elaboração, contou com a participação da comunidade.”

Queixa
Grandes transtornos para o comércio e moradores.

Argumento
“A obra está sendo feita de forma que garanta o acesso ao comércio, trânsito local para acesso às garagens e passagem de pedestres e visa exatamente minimizar os impactos do empreendimento na vida da cidade.”

Queixa
Segundo comerciantes e moradores, havia a promessa de que a obra seria feita por etapas e que um quarteirão seria reformado apenas depois que o outro estivesse pronto.

Argumento
“Fazer um quarteirão primeiro e só depois passar para outro, além de impor desafios à engenharia, alongaria o prazo de execução do empreendimento.”

Queixa
Número reduzido de operários.

Argumento
“Apesar da real dificuldade em recrutar pessoal para obras públicas, fruto de um boom de investimentos públicos proporcionados por recursos do governo federal, todos os esforços estão sendo feitos no sentido de cumprir os prazos da obra. Hoje há 67 operários trabalhando e esse contingente é suficiente para manter o cronograma, que está rigorosamente em dia.”

Queixa
Um grande número de árvores foram cortadas para a execução do projeto.

Argumento
“Com relação aos 14 espécimes, entre palmeiras e árvores, que foram retiradas para as obras, serão transplantadas 13 e o projeto prevê o plantio de mais 32. Para as outras nove árvores que foram retiradas para o desvio, três serão transplantadas e, como forma de reposição ambiental, foi determinado o plantio de 28 mudas em áreas de uso público. As supressões foram autorizadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.”

Queixa
Operários não trabalham nos fins de semana e feriados

Argumento
“A possibilidade de execução das obras aos sábados e em horário ampliado está sendo estudada. Trabalho todos os domingos está descartado no momento, mesmo porque o cronograma está em dia. Se for necessário, a providência será estudada, conforme definido com a comissão de acompanhamento da obra.”

Queixa
O valor das obras não está estampado em placas.

Argumento
“A reivindicação está sendo analisada, mas o valor é público: R$10,4 milhões, sendo parte dos recursos do empreendimento (R$ 7,58 milhões) provenientes da operação urbana Savassi, estabelecida pela Lei 9.959/10, sancionada em julho de 2010, que definiu normas e condições para parcelamento, ocupação e uso do solo urbano no município.”

FONTE: Moradores e comerciantes da Savassi e Prefeitura de Belo Horizonte (Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura)


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