Pelo menos até o fim da obra, prevista para ser concluída no primeiro semestre de 2012, a Banca Albuquerque, que fica na Rua Antônio de Albuquerque, esquina com Alagoas, vai se mudar para o quarteirão vizinhoMesmo com o transtornos, os jornaleiros e proprietários Márcio da Cruz Matos, de 56 anos, e sua mulher, Elizabete José Mitre Matos, de 53, são completamente favoráveis à repaginação da SavassiMas estão preocupados com uma de suas consequências: devido ao novo projeto para a área, a banca deve ter suas dimensões reduzidas“Há sete anos, tivemos que nos adaptar ao novo Código de Posturas e investimos muito em nosso estabelecimento Colocamos piso de granito, teto de inox e agora nos informaram que, com o novo calçamento, a banca teria que diminuir de tamanho”, diz Elizabete.
Segundo ela, o espaço tornou-se muito mais do que apenas um local de venda de jornais e revistas e passou a servir como ponto de encontro para moradores e frequentadores da Savassi“As pessoas chegam aqui, entram, batem papoSenhoras mais velhas se sentam nas cadeiras para poder escolher melhor o que vão levarComo vai ser se a banca ficar menor? Esse espaço não vai atrapalhar em nada o passeio, ainda mais que, pelo projeto da prefeitura, a calçada vai até ficar maior”, argumenta.
Nessa sexta-feira, o casal entregou na prefeitura um abaixo-assinado com 2 mil assinaturas, reivindicando que a banca continue no mesmo local e com as mesmas dimensões“Mais do que a gente, quem está reivindicando são nosso clientes, porque a banca faz parte da história da Savassi e não tem porque ser prejudicada por uma obra que só vai trazer benefícios para todos por aqui”, afirma Elizabete.
Como a Albuquerque, pelo menos cinco bancas da região estão sendo afetadas pelas obras
Mas, para ele, nada é pior do que a indefinição“O que mais incomoda é que não sei ainda para onde vou, ou se a banca vai mudar de tamanhoNada foi informado e só espero que eles tenham sensibilidade de me colocar em um local visível e de grande circulação de pessoasMeu movimento já caiu demais com essas obras e, se eu for ficar escondido depois que elas acabarem, vai ser complicado”, reclama.
Sem queixas
Já do outro lado da praça, também no cruzamento da Getúlio Vargas com Cristóvão Colombo, mas em sentido oposto, o jornaleiro Vander Elias, de 60 anos, é só elogios para a reforma da Savassi, mesmo que tenha sido forçado a deixar o ponto onde trabalhou durante quase três décadas“Como é que eu ia ficar lá, no meio da obra? Barulho, poeira, transtorno é normal
A Secretaria Municipal de Obras informa que a Administração Regional Centro-Sul, responsável pela região da Savassi, vai convocar os donos das bancas, no que classifica como momento oportuno, para tratar do assuntoJá com relação às modificações nas bancas, de acordo com a Secretaria Municipal de Regulação Urbana, a prefeitura tem prerrogativa de alterar o padrão, modelo e o tamanho de estabelecimentos, principalmente se eles estiverem inseridos em um novo projeto urbanístico, como é o caso da Savassi.