Fatores como custos de implantação e de operação serão decisivos na escolha de uma das 11 opções de transporte para o Vetor Sul de BH. Com extensão variando de oito a nove quilômetros, as rotas de diferentes modais foram apontadas por empresa de consultoria contratada pela BHTrans. Por não conhecer o teor do estudo, o engenheiro civil Silvestre Andrade, mestre em transportes e trânsito e consultor na área, prefere não arriscar qual rota mais cotada para sair do papel. “Teoricamente, o metrô é mais caro, enquanto o custo de implantação do bus rapid transit (BRT) é o menor entre os listados. O veículo leve sobre trilhos (VLT), veículo leve sobre pneus (VLP) e monotrilho são concorrentes. A diferença entre o caro e o barato, no entanto, é relativa. É preciso considerar outras coisas, como necessidade de desapropriações e se já há estrutura pronta para algum modal.”
Silvestre lembra que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) já tem projeto executivo da linha 3 do metrô de BH: 12,5 quilômetros de trecho subterrâneo entre a Pampulha e a Savassi, com custo estimado em R$ 1,5 bilhão. “O projeto existe há mais de 10 anos.”
De acordo com a ANTP, um quilômetro de VLT, VLP e monotrilho custa de US$ 20 milhões (R$ 32 milhões) a US$ 30 milhões (R$ 48 milhões). O engenheiro civil explica que o VLT se difere do metrô por ser todo de superfície e ter composições menores. Por isso, transporta menos passageiros. “O metrô é usado para demanda superior a 40 mil pessoas por dia, enquanto o VLT é uma boa alternativa para sistemas que se saturam com mais de 20 mil usuários, até 40 mil.” Nas opções apontadas à BHTrans pela consultoria há rotas de VLT movidos a diesel ou elétricos.
O VLP tem designer futurista, semelhante a um trem bala. Eles são articulados e se locomovem sobre pneus. “A diferença para o VLT é que o VLP pode rodar fora da sua faixa”, diz Silvestre. O monotrilho é um meio de transporte ferroviário sobre trilhos suspensos por pilares, a aproximadamente 15 metros de altura, muito comum nos Estados Unidos, Japão, China e alguns países europeus, como a Alemanha. Ao contrário dos outros modais férreos, se locomove em trilho único, e não paralelos. “Ele causa impacto visual, tornando-se um elemento novo na paisagem”, ressalta o engenheiro.
Um quilômetro de BRT, segundo a ANTP, custa de US$ 15 milhões (R$ 24 milhões) a US$ 20 milhões (R$ 32 milhões). São ônibus articulados que trafegam em faixas exclusivas, com estações de embarque e desembarque, dando mais agilidade ao sistema. A passagem é paga antes que o usuário entre no veículo. Embora a BHTrans estude a possibilidade de implantar uma rota de BRT no Vetor Sul, as que estão projetadas para outros corredores, como as avenidas Antônio Carlos/Pedro I, Pedro II/Catalão e Cristiano Machado, previstas para a Copa’2014, ainda não saíram do papel.