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Estado de Minas

Terreno acidentado e desapropriações são as maiores dificuldades para metrô no vetor Sul


postado em 20/06/2011 07:12 / atualizado em 20/06/2011 08:29

Fatores como custos de implantação e de operação serão decisivos na escolha de uma das 11 opções de transporte para o Vetor Sul de BH. Com extensão variando de oito a nove quilômetros, as rotas de diferentes modais foram apontadas por empresa de consultoria contratada pela BHTrans. Por não conhecer o teor do estudo, o engenheiro civil Silvestre Andrade, mestre em transportes e trânsito e consultor na área, prefere não arriscar qual rota mais cotada para sair do papel. “Teoricamente, o metrô é mais caro, enquanto o custo de implantação do bus rapid transit (BRT) é o menor entre os listados. O veículo leve sobre trilhos (VLT), veículo leve sobre pneus (VLP) e monotrilho são concorrentes. A diferença entre o caro e o barato, no entanto, é relativa. É preciso considerar outras coisas, como necessidade de desapropriações e se já há estrutura pronta para algum modal.”

Segundo o estudo da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), um quilômetro de metrô custa de US$ 80 milhões (R$ 128 milhões) a US$ 100 milhões (R$ 160 milhões). De acordo com o assessor de Relações Metropolitanas e de Metrô da BHTrans, Tomás Alexandre Ahouagi, todas as três rotas desse meio de transporte apontadas na consultoria são totalmente subterrâneas. “Os trens teriam de ser equipados com pneus para romper as íngremes rampas do percurso. Essa tecnologia é difundida na Europa e é usada em Santiago (Chile). O metrô é o grande sonho, mas sabemos que é muito caro.”

Silvestre lembra que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) já tem projeto executivo da linha 3 do metrô de BH: 12,5 quilômetros de trecho subterrâneo entre a Pampulha e a Savassi, com custo estimado em R$ 1,5 bilhão. “O projeto existe há mais de 10 anos.”

De acordo com a ANTP, um quilômetro de VLT, VLP e monotrilho custa de US$ 20 milhões (R$ 32 milhões) a US$ 30 milhões (R$ 48 milhões). O engenheiro civil explica que o VLT se difere do metrô por ser todo de superfície e ter composições menores. Por isso, transporta menos passageiros. “O metrô é usado para demanda superior a 40 mil pessoas por dia, enquanto o VLT é uma boa alternativa para sistemas que se saturam com mais de 20 mil usuários, até 40 mil.” Nas opções apontadas à BHTrans pela consultoria há rotas de VLT movidos a diesel ou elétricos.

O VLP tem designer futurista, semelhante a um trem bala. Eles são articulados e se locomovem sobre pneus. “A diferença para o VLT é que o VLP pode rodar fora da sua faixa”, diz Silvestre. O monotrilho é um meio de transporte ferroviário sobre trilhos suspensos por pilares, a aproximadamente 15 metros de altura, muito comum nos Estados Unidos, Japão, China e alguns países europeus, como a Alemanha. Ao contrário dos outros modais férreos, se locomove em trilho único, e não paralelos. “Ele causa impacto visual, tornando-se um elemento novo na paisagem”, ressalta o engenheiro.

Um quilômetro de BRT, segundo a ANTP, custa de US$ 15 milhões (R$ 24 milhões) a US$ 20 milhões (R$ 32 milhões). São ônibus articulados que trafegam em faixas exclusivas, com estações de embarque e desembarque, dando mais agilidade ao sistema. A passagem é paga antes que o usuário entre no veículo. Embora a BHTrans estude a possibilidade de implantar uma rota de BRT no Vetor Sul, as que estão projetadas para outros corredores, como as avenidas Antônio Carlos/Pedro I, Pedro II/Catalão e Cristiano Machado, previstas para a Copa’2014, ainda não saíram do papel.


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