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Estado de Minas

Mulher mais velha do mundo é internada com pneumonia

Vó Quita, reconhecida pelo Guiness como a mulher mais velha do planeta, é internada com pneumonia em Carangola, mas parentes mantêm otimismo e planejam a festa de 115 anos


postado em 21/06/2011 06:00 / atualizado em 21/06/2011 07:49

Maria Gomes Valentim está no CTI e respira com ajuda de aparelhos depois de crise no fim de semana(foto: Joel Rodrigues/ Revista Fatos Carangola e Região)
Maria Gomes Valentim está no CTI e respira com ajuda de aparelhos depois de crise no fim de semana (foto: Joel Rodrigues/ Revista Fatos Carangola e Região)


A 19 dias de completar 115 anos, a mulher mais velha do mundo, Maria Gomes Valentim, conhecida como Vó Quita, está internada, com pneumonia, no CTI da Casa de Caridade de Carangola, na Zona da Mata. A coordenadora do centro de terapia intensiva do hospital, enfermeira Perpétua Aparecida Silva Uzaid, informou ontem que o quadro é delicado, já que a idosa respira com auxílio de aparelhos. “Está entubada, com assistência ventilatória e recebendo alimentação por sonda”, afirmou, lembrando que Vó Quita usa marca-passo. O reconhecimento da moradora de Carangola como a pessoa mais velha do mundo ocorreu no mês passado pelo Guinness World Records, que lhe deu vantagem de 48 dias sobre a recordista anterior, Besse Cooper, de Monroe, na Geórgia, Estados Unidos.

A internação ocorreu domingo, por volta das 11h30, logo depois que a idosa “passou mal e vomitou muito”, como explicou ontem, por telefone, a professora aposentada Jane Ribeiro Morais, de 63 anos, moradora de Carangola que dedica grande parte do seu tempo à avó ilustre. “O estado dela nos preocupa muito, pois se trata do organismo de uma pessoa em idade avançada, mas tenho certeza e esperança de que ela vai comemorar aniversário. Faremos um bolo e cantaremos parabéns, como ocorre todos os anos.”

Jane contou que, na tarde de ontem, a avó teve ligeira melhora. No sábado, lembrou, Vó Quita se alimentou bem no almoço e durante o dia não reclamou de dor nem teve febre, por isso os familiares ficaram surpresos com o quadro de pneumonia. “A gente fica sem chão. Ao vê-la passando mal, na manhã de domingo, chamei logo o plantonista da Casa de Caridade. A minha avó tem saúde, e a última internação foi em janeiro, quando teve infecção urinária”, disse Jane, que mora prerto do sobrado de Vó Quita, no Centro de Carangola.

O segredo de uma trajetória tão longa, conforme mostrou o EM na edição de 19 de maio, está na boa alimentação, com muitas verduras na dieta diária, e em outro aspecto muito importante – o cumprimento à risca do lema de “cuidar da própria vida e não da dos outros”. O bisneto Felipe Simione de Morais, de 28, autônomo, tem orgulho ao dizer que seu filho é trineto de dona Quita. “Nossa família está tranquila, ela vai sair dessa e voltar para casa.” De acordo com os parentes, Vó Quita, cujo pai viveu 100 anos, recebe o equivalente a um salário mínimo, depois de trabalhar como costureira e se dedicar às atividades do lar.

Brasileiros idosos

De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há no país 23,7 mil pessoas com mais de 100 anos. Recentemente foi divulgado o nome de outra mulher – Sebastiana de Lourdes Silva, de Resende (RJ), que teria nascido, segundo o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), em 3 de maio de 1895, tendo completado, portanto, 116 anos, embora a equipe do Guinness não tenha registro de solicitação formal para verificação dos documentos oficiais da fluminense.

O Brasil ainda não obtivera sucesso nos pedidos de avaliação anteriores do Guiness. Antes de Maria Gomes Valentim conseguir a inclusão no Livro dos Recordes como a mais velha do mundo, outra mineira havia tentado o mesmo: Maria do Carmo Jerônimo, nascida em 5 de março de 1871, em Carmo de Minas, na Região Sul, e falecida em 14 de junho de 2000, em Itajubá, na mesma região. Filha de escravos, nasceu seis meses antes da Lei do Ventre Livre e só conseguiu a liberdade aos 17 anos, com a promulgação da Lei Áurea.

Em 1994, quando Maria do Carmo completou 123 anos, amigos e moradores de Itajubá iniciaram uma campanha para incluí-la no Guiness, mas a falta de documentos que comprovassem a data de nascimento impediu o reconhecimento. Entretanto, foi incluída na edição nacional da obra e considerada a mulher mais velha do Brasil.


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